Se a sensação de que o ano está passando rápido já começa a circular entre diversos grupos sociais, na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) essa ideia deve ser ainda mais forte. Em apenas quatro meses da gestão de Angelo Coronel (PSD) à frente da presidência da Casa, os parlamentares já viram promessas antigas sendo cumpridas, briga física entre deputados, dois pedidos de abertura de Comissões Parlamentares de Inquéritos (CPIs), uma bancada independente criada e desfeita e até uma crise institucional da gestão do governador Rui Costa.
Coronel assumiu a presidência oficialmente no dia 2 de fevereiro deste ano, depois de conseguir acordos com um número suficiente de colegas para fazer o então presidente, Marcelo Nilo (PSL), retirar sua candidatura; Depois de dez anos sob o comando de Nilo, a AL-BA viu o deputado do PSD cumprir as promessas que havia feito em busca do cargo: criou o Colégio de Líderes, que deveria discutir os projetos que seriam levados ao plenário; votou projetos importantes como a criação do Fundo Penitenciário com apoio de governistas e oposicionistas; e acabou com a reeleição para os cargos da Mesa Diretora em uma mesma legislatura, incluindo a presidência. Também chegou a implantar as "quartas parlamentares", para votar projetos de deputados - ideia que em pouco tempo já encontrou entraves na própria Legislação, que transforma em inconstitucionais a maioria das propostas.
Coronel ainda devolveu 15 policiais militares que estavam a serviço da AL-BA, firmou convênios com o Gaac e com o hospital Aristides Maltez e provocou mudanças no Regimento Interno para cortar o ponto de deputados faltosos e reduzir o número de membros da Mesa necessários para se manter uma sessão. Mas, se em pouco tempo o pedetista conseguiu feitos importantes, também teve que enfrentar alguns momentos delicados: dois deputados chegaram às vias de fato durante uma sessão da Casa depois de um desentendimento por questões pessoais e houve duas tentativas de instalar CPIs: uma do Centro de Convenções da Bahia e outra da Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento (Cerb) – que ainda é buscada pela bancada de oposição. Enquanto avaliava os pedidos de investigação, viu o PSL formar uma "bancada independente", que cobrava mais espaço na gestão estadual, voltar ao simples posto de governista após uma movimentação de bastidores tirar dois parlamentares do grupo.
Agora, enfrenta a principal crise institucional do governo: sem o pagamento de emendas impositivas e com quase permanentes problemas com o secretário de Relações Institucionais, Josias Gomes, os deputados da base governista têm se recusado a votar projetos do Executivo. Com isso, Coronel tem tido problemas para garantir o quórum e "manter a paz" entre os parlamentares. Coronel disse que chega a ficar surpreso com a quantidade de ações realizadas e avaliou o período como “positivo”. “Os servidores resgataram sua autoestima, os deputados não têm mais vergonha de se identificarem como parlamentares. Eu almocei com toda a equipe e até eu me surpreendi com a quantidade de coisas que foram feitas”, comemorou.
Questionado sobre qual foi o ponto principal de sua gestão nesse período, o presidente cravou: “A independência do Poder, mantendo a harmonia com o Executivo e o Judiciário. A Assembleia deixou de ser quase uma secretaria do governo e voltou ao seu real papel. Esse é o meu orgulho. E o governo entendeu isso também”. Em seus primeiros meses na presidência, Coronel aproveitou para lançar uma nova logo para a Assembleia. Se os próximos meses da sua gestão continuarem movimentados, para o bem ou para o mal uma coisa é certa: ele deixará sua marca na AL-BA. (As informações do BN)
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