sexta-feira, 30 de junho de 2017

SABATINA DE RAQUEL DODGE SERÁ DIA 12

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Edison Lobão (PMDB-MA), considera que será possível sabatinar a subprocuradora Raquel Dodge, indicada pelo presidente Michel Temer para a vaga de Procuradora-Geral da República, antes do recesso parlamentar.

Lobão indicou, ontem, o senador Roberto Rocha (PSB-MA) para a relatoria do processo, que, segundo o peemedebista, deve apresentar o seu parecer já no início da próxima semana. A leitura, segundo o presidente da CCJ, será feita na quarta-feira, 5. Após prazo regimental de uma semana para análise dos parlamentares, Lobão calcula que a sabatina ocorrerá uma semana depois, no dia 12.

Caso aprovada, a indicação irá a plenário, necessitando a maioria do votos. No Senado, a escolha em si da procuradora não chegou a ser polêmica. Na avaliação de Magno Malta (PR-ES), vice-líder do bloco moderador, a futura chefe da PGR é uma profissional com currículo importante e reputação ilibada. Ele não vê problemas na quebra da tradição de indicar o primeiro colocado da lista.

“Em um país tão dividido, acho que tudo está normal. Não vejo problema de não por ter não ter escolhido a opção com mais votos. Tem estados que o governador indica sempre o terceiro. Questão de mística, por exemplo. Depois vem outro e muda”.

Malta afirma que a indicada não terá problemas para ter seu nome respaldado pelos senadores A análise, contudo, veio com uma crítica a colegas. “Normalmente​ ​não​ ​tem​ ​sabatina​ ​aqui.​ ​Tem​ ​elogios.​ ​Os​ ​caras​ ​ficam​ ​elogiando​ ​tipo:​ ​lembra-te de​ ​mim.​ ​Muitos​ ​cheios​ ​de​ ​processos​ ​aqui​ ​e​ ​ali​ ​e​ ​então​ ​ficam​ ​elogiando.​ ​Mas​ ​eu​ ​vou​ ​e inquiro”.

Protagonista de um embate dentro da própria base governista após votar contra o projeto de reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais, o senador Hélio José (PMDB-DF) não quis polemizar sobre o assunto. Ele disse que qualquer das opções na lista de indicados tem capacidade de comandar a PGR. Considera também um acerto de Michel Temer ter escolhido para o cargo uma mulher, fato inédito no Brasil.

“Sinceramente,​ ​quero​ ​cumprimentar​ ​o​ ​presidente​ ​por​ ​nomear​ ​uma​ ​mulher​ ​para​ ​um​ ​cargo​ ​tão importante​. Fui relator​ ​de uma ​ ​matéria aqui para​ ​fortalecimento​ ​da​ ​mulher​ ​na​ ​política​ ​e​ ​no​ ​esporte,​ então é tópico relevante pra mim”, explicou o Hélio José

De acordo com o vice-líder do bloco social democracia, senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), mais importante que a escolha é o currículo do indicado. O parlamentar crê que Raquel Dodge foi uma excelente opção em virtude do histórico e características.

“O fundamental​ ​é​ ​a​ ​biografia​ ​dela.​ ​Todas as informações dão conta de ​uma​ ​biografia​ ​impecável na​ ​direção​ ​de​ ​compromissos​ ​com​ ​o​ ​combate​ ​à​ ​criminalidade​ ​e​ ​todo​ ​tipo​ ​de​ ​delinquência. Tem​ ​um​ ​perfil​ ​técnico,​ ​inclusive​ ​na​ ​área​ ​criminal.​ ​Portanto,​ ​fico​ ​com a​ ​impressão​ ​que​ ​a​ ​PGR​ ​fica​ ​bem​ ​servida​ ​sob​ ​sua​ ​liderança”, ressaltou Ferraço

Críticas
Ainda avaliem como positiva a escolha de Raquel Dodge para chefiar a PGR, parlamentares de oposição criticaram a forma como Temer costurou essa indicação. Segundo o líder do bloco parlamentar socialismo e democracia, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o presidente, mais uma vez, teve uma conduta não republicana.

“Por​ ​parte​ ​da​ ​presidência​ ​República​ ​é​ ​mais​ ​um​ ​escândalo​ ​por​ ​ter​ ​sido​ ​um​ ​encontro​ ​às escondidas.​ ​É​ ​mais​ ​um​ ​encontro​ ​fora​ ​da​ ​agenda,​ ​assim​ ​como​ ​foi​ ​o encontro​ ​com​ ​o​ ​senhor​ ​Joesley. Do​ ​mais​ ​alto​ ​mandatário​ ​da​ ​nação​, ​se​ ​espera que ​utilize​ ​o​ ​cargo​ ​ ​para​ ​liderar​ ​o​ ​país, não como​ ​habeas​ ​corpus​ ​atrás​ ​da​ ​imunidade​ ​que​ ​o​ ​cargo​ ​possui”, criticou Randolfe.

Sabatina
O trâmite para fazer a sabatina de Raquel Dodge deverá ser rápido. Quem garante é o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Ele falou que mesmo com as recentes disputas entre governo e oposição na questão da reforma trabalhista, o clima não deverá atrapalhar, até porque ele fala sobre dispositivos que podem impedir a procrastinação deste debate.

​”Quando​ ​chefiei a ​CCJ,​ ​nós instalamos​ ​um​ ​sistema​ ​de​ ​que​ ​o pedido​ ​vista​ ​na​ ​comissão​ ​só​ ​é​ ​coletiva​ ​para​ ​não​ ​ter​ ​delongas de cada​ ​um​ ​pedindo​ ​vistas​ ​e​ ​devolvendo.​ ​Então​ ​​cabe​ ​ao​ ​presidente​ ​da comissão​ ​marcar​ ​a​ ​data​ ​da​ ​sabatina.​ ​Após esse processo, vou ​fazer​ ​como sempre​ ​fiz​ ​com​ ​os​ ​demais​ ​que​ ​é​ ​colocar​ ​de​ ​imediato​ ​em​ ​votação em plenário”, explicou Eunício.

Perguntado se era possível que tudo fosse feito antes do recesso, o presidente do Senado avaliou que dependerá de como será o procedimento na CCJ. Ele disse que até chegar o momento de definir a data da sabatina, não haverá matérias polêmicas para discutir, o que pode agilizar o processo. (As informações do A Tarde)

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