O Abrigo São Francisco de Assis, mantido pela Associação Brasileira Protetora dos Animais (ABPA-BA), corre o risco fechar. Com dívida no valor de R$ 30 mil para pagar até o próximo dia 10, segundo postagem em uma rede social, as doações totalizaram R$ 12 mil até ontem.
As doações diminuíram 70%, segundo dados da gestão da ABPA. Localizado no bairro de Paripe, o abrigo está com 400 animais divididos entre cães e gatos, sendo considerado o maior abrigo de Salvador. sobrevivendo de doações e sem apoio público, a ONG está passando por dificuldades financeiras para abrigar o número atual de animais.
Além disso, tem enfrentado um desafio diário. Nos últimos dois meses, 60 animais foram abandonados, média de um animal por dia, na porta da instituição. "Não tem horário. Seja de manhã cedo ou pela noite, eles amarram os animais na porta, buzinam e saem correndo, sem ao menos ter a consciência de como vamos cuidar", ressalta Anderson Rosa, supervisor do abrigo.
Segundo Cris Della, vice-presidente da ABPA-BA, o número de abandonos chega a ser maior que o de adoções, ou seja, a cada dois animais que são adotados, oito são abandonados na ONG. Ao receber um animal, o abrigo tem custo médio, inicial, de R$ 350, com medicamentos, vermifugação, vacinação e castração.
"Quando não conseguimos doações suficientes, os próprios dirigentes e voluntários têm que tirar do bolso. Mas as pessoas têm uma imagem errada, pensando que o poder público ajuda a gente. Todos são voluntários que dedicam seu tempo e amor", explica Cris. Além dos medicamentos, a ONG usa todos os dias 47 kg de ração. Há também os gastos com veterinários, limpeza e manutenção dos canis.
"Faltam respeito, amor e educação das pessoas. Todos os animais são abandonados doentes, idosos, mutilados ou são vários filhotes. Semana passada achamos uma ninhada dentro do lixo próximo ao abrigo", relata a voluntária Cátia Oliveira.
Ações - A entidade promove ações de conscientização sobre abandono de animais por meio de redes sociais. Também realiza a campanha 'Ajude a ABPA', em que plaquinhas são colocadas em cães e gatos com frases de apoio à instituição para sensibilizar possíveis doadores.
Todos os domingos, na praça Ana Lúcia Magalhães, no bairro da Pituba, das 9h às 12h, o abrigo realiza uma feira de adoção e arrecadação de remédios, ração, entre outros. Para adotar um animal é necessário ser maior de 18 anos, levar identidade, CPF, comprovante de residência e uma colaboração de R$ 60 para ajudar os animais da ONG. Além disso, o candidato passa por uma entrevista. Depois da adoção, o animal e o dono são acompanhados durante um ano, para evitar um novo abandono.
Adoção - Procurada por nossa equipe, a prefeitura de Salvador informou que não dispõe de abrigos públicos para cães e gatos em situação de rua ou abandonados. Mas para evitar o aumento do número dos animais nas ruas, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) disponibiliza o Castramóvel, que, além de fazer a castração dos animais, oferece atendimento e vacinação. (As informações do Correio)
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