Para organizar o esquema de segurança da Copa do Mundo em Salvador, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) teve de se preocupar com um elemento a mais: as manifestações contra o Mundial, que ano passado geraram dor de cabeça para o governo e seus parceiros na organização da Copa das Confederações.
Com os atos de vandalismo em meio aos protestos, um grupo de inteligência da SSP, que terá a missão de evitar ações de grandes proporções, tem se dedicado a acompanhar a organização de manifestações para a Copa na capital baiana e, caso haja excessos, não descarta pedir a prisão de quem estiver à frente de grupos que promovem a desordem.
Identificados - Alguns grupos já foram identificados pela pasta, segundo o titular da SSP, Maurício Barbosa. “Estamos acompanhando alguns grupos que estão com o intuito de promover a desordem e praticar crimes”. Segundo ele, o monitoramento não é apenas de grupos de cunho ideológico, mas também de “grupos criminosos, que se aproveitam deste clima (de revolta) para poder praticar crimes, atentar contra a vida das pessoas que estão lá para se manifestar”.
O estudo tem sido feito em parceria com outros órgãos de segurança do país. “Temos seguido um protocolo nacional, que vai desde a negociação, identificação das pessoas que estão ali possivelmente para trazer algum dano ao patrimônio e até a ameaça à integridade física de quem estiver exercendo seu direito de manifestação”, completa Barbosa.
Ele afirma ainda que haverá um empenho para proteger quem vai se manifestar pacificamente. “Reforçamos a atividade de inteligência, monitoramento das atividades de grupos que não vão para se manifestar, mas para praticar vandalismo, para neutralizar essas pessoas, fazer com que quem quiser se manifestar, se manifeste até em segurança”.
Prisão A depender das ações planejadas, o governo já estuda intervir de maneira mais forte antes da Copa do Mundo e acionar a Justiça. “Caso haja a necessidade de acionar o poder Judiciário, vamos fazer isso, para que essas pessoas sejam contidas com os meios que a lei permite, como a prisão, a busca e a apreensão”, diz.
O intuito é impedir que grupos cheguem às ruas com artefatos como barras de ferro e coquetéis Molotov.
Barbosa garante que a tropa está sendo treinada para evitar o uso excessivo da força, como aconteceu nos protestos de junho de 2013, ocasião em que até os profissionais da imprensa viraram alvo dos policiais.
“Nós aperfeiçoamos muito nossas práticas. Estamos evitando ao máximo que o policial, que faz o policiamento normal, faça o atendimento primário nas manifestações e estamos criando patrulhas especializadas neste tipo de abordagem”, adianta.
O secretário garante, também, que não vai permitir que os policiais sejam vítimas de violência. “Não quero ninguém machucado, mas não posso admitir que um policial meu seja vítima de violência. Meu, que eu digo, nosso”. (As informações do Correio)
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