sexta-feira, 2 de maio de 2014

DUAS PESSOAS SÃO MORTAS E QUATRO BALEADAS NO IAPI

Com problemas nas pernas e sem possibilidades de correr, os deficientes físicos Joilson Cardoso dos Santos, 37, o Nininho, e Levi Barbosa de Lima, 35, foram assassinados, na manhã desta quinta-feira, 1º, na Praça das Amendoeiras, na Nova Divinéia - no bairro do IAPI -, durante uma invasão de bandidos. Segundo familiares, eles eram aposentados e não tinham envolvimento com a criminalidade. Nininho usava muleta e Levi andador.

Na ação, Eduardo de Jesus Menezes, 18, Sirlene Silva Cruz, 20, e dois adolescentes de 16, foram atingidos. Eles foram levados para o Hospital Ernesto Simões. Conforme a assessoria de comunicação da unidade de saúde, apenas Eduardo teve alta e o estado de saúde dos outros é considerado estável.

Testemunhas disseram que, por volta das 11h, mais de 30 homens chegaram à praça por vielas. No horário, o local estava cheio de gente conversando, como de costume. "Oxe, foram uns 40 homens, todo lado que a gente olhava saía homem armado. Todo mundo correu, mas eles [as vítimas] não conseguiram", afirma uma mulher, sob anonimato.

Conforme o delegado Alan Ricardo Macêdo, do Departamento de Homicídios (DHPP), os crimes foram praticados por cinco homens, quatro deles identificados como Troncho, Peçanha, Elso e Black. Segundo Macêdo, eles estariam à procura de dois bandidos conhecidos como John Lennon e Cosco. Eles não foram localizados. "Eles vieram atrás de John Lennon e Cosco para se vingar porque eles abandonaram a quadrilha lá de Cosme de Farias", diz o delegado.

Aniversário da irmã -
"Ele veio para cá para almoçar com a irmã que faz aniversário hoje [ontem]. Eu e a mãe pedimos para ele não vir, parece que queria morrer aqui", lamenta o aposentado Gervásio Barros, a morte do filho Nininho, que era evangélico.

Segundo ele, há oito anos a família (menos a irmã) saiu do bairro por causa da violência e foi morar em Sete de Abril. "Morei aqui mais de 30 anos, tenho duas casas alugadas, mas não venho mais aqui", revela o senhor. "Ele se arrumou, tomou café e disse: 'Mãe, vou ali' e saiu. Não queria que ele viesse mais aqui", revela a mãe de Nininho, entre lágrimas.

Muito revoltada, uma sobrinha de Levi disse que o tio não era traficante. "Falaram por aí que meu tio era traficante, ele era honesto, todo mundo conhecia ele aqui", afirma a jovem. Uma irmã de Levi disse que o irmão ficou deficiente há 10 anos, após tomar um tiro.

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