A ordem de serviço para duplicação das vias que cortam a Baixa do Fiscal será assinada pela prefeitura na próxima semana, segundo o secretário de Infraestrutura de Salvador, Paulo Fontana. As obras, afirma o gestor, começarão imediatamente após a liberação da ordem. As intervenções, com orçamento estimado em cerca de R$ 8 milhões, devem durar dez meses e serão feitas pela construtura baiana San Juan, vencedora de processo de licitação feito pela prefeitura. Entre as mudanças a serem realizadas no local estão a construção de novos passeios, com dois metros cada, e a renovação da iluminação. Porém a principal intervenção é mesmo a duplicação das pistas que vão do início da rua Luiz Maria, na Baixa do Fiscal, até a avenida Suburbana.
Com a ampliação, a via passará a ter duas pistas (dois sentidos), com duas faixas cada uma. Atualmente, só uma pista recebe toda a demanda da região, considerada um dos maiores "gargalos de trânsito" da capital baiana. Além disso, um projeto de macrodrenagem está sendo idealizado pela Secretaria de Infraestrutura para solucionar o problema de alagamento que atinge a área em dias de chuva intensa. Segundo o secretário Paulo Fontana, essa intervenção vai jogar toda a água da chuva no mar da Calçada e em um canal da Av. Suburbana, evitando os transtornos.
Curtume - Por conta da duplicação da Baixa do Fiscal, as tradicionais feiras do Rolo e do Curtume serão diretamente afetadas. A primeira, afirma Fontana, deixará de existir. Já a segunda terá as atividades transferidas para outra área, ainda não definida pela Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), até que as obras sejam finalizadas. Segundo a assessoria da prefeitura, a Semop estuda um local alternativo para posicionar os feirantes provisoriamente. Após esse período, revela a gestão municipal, uma nova Feira do Curtume será entregue aos trabalhadores licenciados. Serão 3.000 metros quadrados de área urbanizada, com 24 espaços de 16 metros quadrados cada, para abrigar os atuais donos de barracas.
Além disso, a feira terá uma área de convivência, sanitários e setor administrativo. O projeto está em fase de conclusão e deve ser finalizado em 30 dias. Atualmente, o local abriga muitos bares. Nos finais de semana, trabalhadores da zona rural se instalam para comercializar seus produtos. Segundo o feirante Ovídio Teixeira, 54 anos, 15 deles trabalhando no Curtume, o trabalho no local é transferido por gerações. Ele, por exemplo, tem sobrinhos que fazem intercâmbio no Canadá com o dinheiro obtido no local. "Aqui só tem família", diz.
Já outros licenciados temem ficar sem trabalhar durante as obras. "Sair daqui ou ficar sem trabalhar prejudica a gente do mesmo jeito, porque nossos clientes são fixos", afirma Jocilene da Silva, 39, dona de barraca no local. (As informações do A Tarde)
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