O Brasil apresenta descompasso entre o crescimento do PIB (soma dos bens e riquezas produzidos em um país) e o aumento da renda da população. Conforme dados apresentados ontem pelo ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Neri, entre 2003 e 2013 a renda per capita subiu 4,7%, enquanto o PIB per capita cresceu 2,8%.
Na prática, isso significa que a capacidade do país em produzir fica aquém do potencial de consumo. O ministro divulgou as informações durante lançamento do primeiro volume do estudo Produtividade no Brasil - Desempenho e Determinantes, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
Embora os números citados por Neri não estejam na pesquisa, o diagnóstico é semelhante. Aponta, por exemplo, que entre 2000 e 2009, a taxa média de crescimento anual do PIB, de 3,42%, teve pouca relação com alta da produtividade.
“Apenas um terço desse crescimento pode ser atribuído ao crescimento da produtividade no trabalho. Os dois terços restantes advieram do crescimento do pessoal ocupado (...) Isso explica porque o PIB per capita se descola da produtividade no trabalho”, ressalta o estudo.
Tecnologia da informação, infraestrutura, qualificação de mão de obra e ambiente de negócios estão entre as áreas destacadas como carentes de investimentos para aumentar a produtividade. “O crescimento da renda do brasileiro não está sendo gerado por quantidade de trabalho, mas sim por qualidade, medida por salário ou formalidade”, salientou Marcelo Neri, defendendo a necessidade de conciliação entre os fatores.
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