quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

BC PROMETE FAZER 'O QUE FOR NECESSÁRIO' PARA CONTROLAR A INFLAÇÃO

Após entregar uma inflação média colada no teto da meta de 6,5% nos quatro anos do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, o Banco Central promete agora que cumprirá “o que for necessário” para sua missão de trazer os preços para baixo daqui a dois anos. “O BC irá fazer o que for necessário para que no próximo ano a inflação entre em longo declínio, que levará à meta de 4,5% em 2016”, avisou a instituição em seu relatório trimestral de inflação, divulgado nesta terça-feira, 23.

Ou seja, o BC pode elevar novamente o juro básico da economia (Selic). O documento foi considerado pelos analistas mais duro, indicando chances maiores de uma alta de 0,75 ponto porcentual na Selic em janeiro. Até lá, dias difíceis virão, já que o BC revisou para cima suas projeções para o IPCA de 2014 e 2015, além de derrubar de 0,7% para 0,2% a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Confirmado o prognóstico do BC, a expansão do PIB será a mais baixa desde 2009, quando o País entrou em recessão por causa da crise financeira internacional.

Mesmo praticamente estável, a perspectiva de crescimento do BC leva em consideração o auxílio inédito nos últimos nove anos das exportações. Para dar impulso à retomada da atividade nos próximos anos, o BC considera imprescindível a melhora da confiança de empresários e consumidores, abalada no momento. A instituição reconhece que a taxa de crescimento no curto prazo será modesta. “Não estamos antecipando nenhum crescimento vigoroso da economia em 2015”, admitiu o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton.

A inflação encerrará este ano em 6,4%, pelos cálculos do BC - acima da média dos quatro primeiros anos de Dilma, de 6,15%. Para 2015, a taxa projetada, segundo parâmetros do mercado financeiro, é de 6%. Considerando a cotação do dólar e a taxa básica de juros estável, chegaria a 6,1%. Só em 2016 é que se espera algum recuo, com projeções de 4,9% e 5% nesses respectivos cenários. “Temos ventos contrários, mas temos ventos favoráveis. E os favoráveis vão prevalecer, de modo que a inflação em 2016 venha a 4,5%”, previu Hamilton.

O diretor disse que a alta dos preços administrados pelo governo, os ganhos salariais, a escalada do dólar e os efeitos expansionistas da política fiscal explicam a elevação dos preços no curto prazo. Mesmo assim, defendeu que a instituição está agindo contra a inflação e que continuará a agir. Não deu mais pistas, no entanto, sobre como serão essas ações. (As informações do Estadão)

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