Basta a polícia chegar à Avenida Suburbana, na altura do bairro de Escada, à procura de suspeitos de algum crime, que o entorno de uma capela tombada como patrimônio histórico, construída no século XVI, começa a ficar movimentado. Quem deve, acaba vendo no muro baixo que dá acesso à Capela de Nossa Senhora de Escada o acesso a uma rota vantajosa: entrando pelo portão lateral, é fácil contornar o templo, chegar ao outro portão e, por um penhasco, escorregar até o bairro de Plataforma, longe do alcance dos policiais.
“Eles querem imitar os holandeses”, diz o microempresário Renildo de Queiroz, 58 anos, colaborador da paróquia, numa alusão ao fato de o local ter sido, em 16 de abril de 1638, portão de entrada para uma das invasões holandesas à cidade. “Quando o bicho pega, quando a polícia chega, eles passam pela área ao redor da igreja e saem pelo portão principal. É rota de fuga mesmo”, completa Renildo.
O vigilante Valdemiro Barbosa, 49, conhece as fugas. “Tem a escolinha da igreja e do outro lado tem um portão. Quando a polícia chega, eles fogem pelo outro e nem dá tempo de pegar, porque fica atrás da igreja”, diz. Mas, para ele, que também frequenta o templo, a prática não é recorrente. Possivelmente porque, segundo Renildo, a maior parte das fugas seja de madrugada, depois de encerradas as atividades na capela.Na verdade, a prática é tão comum que até a polícia conhece a estratégia. Mas, segundo o major Kley Menezes, que comanda a 14ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Lobato), é complicado alcançar os fugitivos. “A gente sabe (que a igreja é rota de fuga). Todos os dias a viatura passa lá. Mas, como o muro está quebrado, o acesso deles fica muito fácil. Quando eles veem a viatura, passam correndo para a igreja. De moto, em qualquer lugar eles entram, mas a viatura, não”. (As informações do Correio)
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