Em meio à chuva que continuou a cair, ontem, em vários pontos de Salvador, parentes e amigos dos 15 mortos, no temporal de segunda-feira, começaram a enterrar as vítimas – em alguns casos, com o luto dividido entre um, dois, até quatro entes queridos. Apenas no Marotinho, região do Bom Juá, mulher, dois filhos e um sobrinho foram vitimados. Na localidade do Barro Branco, atrás da Avenida San Martin, caso semelhante: avó, mãe e filha, além de um primo, tiveram as vidas abreviadas, debaixo da terra.
No céu, mais previsão de chuva forte, apesar de ontem o volume ter sido bem menor: enquanto do domingo para a segunda fatídica foram 86 mm, ontem, até as 17h, foram 16,6 mm de chuva, de acordo com a agência Climatempo, o que não impediu novos incidentes. Segundo boletim da Defesa Civil de Salvador (Codesal), até as 17h30 de ontem, o órgão tinha recebido 372 ocorrências, entre elas, 12 desabamentos de imóveis, 13 desabamentos parciais e mais 193 deslizamentos de terra. Uma pessoa ficou ferida, mas sem gravidade.
Apesar da redução no número de vítimas, não há o que comemorar. Segundo o meteorologista Marcelo Pinheiro, as chuvas na capital devem voltar a se intensificar no feriado. “Amanhã (hoje), haverá abertura de sol. Porém, deve chover forte a partir de quinta e sexta-feira (feriado), por conta de uma frente fria, acompanhada de massa polar, que vem do Sul. Ela deve vir com força”, alertou Pinheiro.
Diante da ameaça de novo temporal, a prefeitura resolveu adotar medidas emergenciais. Após a Codesal apontar 16 áreas com alto risco de deslizamento, e condenar ao menos 300 imóveis, o prefeito ACM Neto assinou um decreto declarando situação de emergência nas regiões administrativas do Subúrbio, Cajazeiras, Liberdade (onde ocorreram as tragédias) e Pau da Lima. A ideia é possibilitar a adoção de medidas com mais agilidade para assegurar o restabelecimento da normalidade na capital. (As informações do Correio)
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