O Egito denunciou nesta quinta-feira (4) cartolas da Fifa, alegando que a candidatura fracassada do país para receber a Copa do Mundo de 2010 foi derrotada porque o Cairo se recusou a pagar propinas aos eleitores, todos eles membros do Comitê Executivo da entidade. Segundo representantes do Egito, dirigentes pediram US$ 7 milhões por voto. Em entrevista à ONTV, do Cairo, o ex-ministro de Esporte do Egito, Aley Eddine, revelou que Jack Warner, vice-presidente da Fifa em 2004, pediu o suborno para votar pelo Egito, em uma prática que seria repetida por outros cartolas. "Eu não imaginava que a Fifa seria tão corrupta", declarou Eddine.
"Warner nos pediu US$ 7 milhões pelo voto", contou. Segundo ele, a reunião ocorreu nos Emirados Árabes Unidos e envolveu ainda o presidente da Federação de Futebol do país, El-Dahshori Harb. "Eu disse ao presidente da Federação que o Egito não poderia fazer parte desse crime", contou o ex-ministro. O caso chegou até o serviço de inteligência do então governo de Hosni Mubarak. "Eu informei ao chefe de espionagem do governo, Omar Suleiman, que me confirmou que eu tomei a decisão certa", disse.
Suleiman seria o líder, anos depois, da contrarrevolução na Primavera Árabe. Os sul-africanos ganharam a votação e, nesta quinta-feira, a polícia de Pretória anunciou que estava abrindo investigações diante das acusações do FBI de que o país teria pago US$ 10 milhões para garantir o voto de Warner. Chuck Blazer, ex-executivo da Fifa, também confirmou em sua confissão diante da Justiça norte-americana, que recebeu propinas para a Copa de 2010. (As informações do Estadão)
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