quinta-feira, 1 de junho de 2017

SOTEROPOLITANOS MANTÊM TRADIÇÃO DAS TREZENAS PARA SANTO ANTÔNIO

"Se milagres desejais, recorrei a Santo Antônio!". De hoje até o próximo dia 13, católicos estarão concentrados em uma só missão: a de render homenagens ao santo que foi popularizado no Brasil como casamenteiro e protetor dos desvalidos.

A devoção a Santo Antônio é considerada como uma das mais prestigiadas no estado. De acordo com o frei Ronaldo Marques Magalhães, responsável pela Paróquia Santo Antônio Além do Carmo, pelo menos 60 igrejas da capital baiana vão celebrar o santo este mês.

Na contramão dos festejos promovidos pela igreja, há quem ainda mantenha a tradição de louvar o santo católico em casa. Esta prática, que, de acordo com o teólogo e historiador João Carlos Prado, teve origem na Itália, em 1617, se espalhou logo que as notícias sobre graças e milagres alcançados se popularizaram entre os fiéis.

"Santo Antônio nasceu em Portugal e viveu muito tempo na Itália. Por isso, a tradição de rezar para ele chegou ao Brasil junto com os portugueses e foi passada de geração em geração", afirmou. A fé em Santo Antônio do professor José Américo Carvalho, 41 anos, nasceu justamente como herança da família. Quando criança, ganhou de uma tia, que era muito devota, uma imagem do santo.

Com a chegada da adolescência, ele começou a fazer pedido. Ele atribui a Antônio, ou "Toinho", como costuma chamar, graças como o primeiro emprego e a aprovação em um concurso público. "Eu escrevia o pedido em um papel e colava com uma fita adesiva atrás da imagem", contou.

Já adulto, ele começou a frequentar missas e, a pedido de amigos, passou a promover a trezena em casa. "Os amigos começaram a pedir que eu rezasse em casa, como faziam as famílias antigamente. É uma forma de reunir amigos e louvar o santo", disse.

Festa - A aposentada Sílvia Meireles, 71, também começou a devoção ao santo ainda adolescente. Nada de pedidos relacionados a namorados ou relacionamentos: era o santo português que, segundo ela, o ajudava nas provas da escola. "A cada fim de ano eu importunava Santo Antônio para que ele me ajudasse nas provas finais. Eu rezava tanto que até ficava envergonhada quando precisava pedir outra coisa", brincou.

Hoje, a reza de Santo Antônio na casa da aposentada chega a reunir cerca de 100 pessoas, entre vizinhos, amigos e convidados. "Antes de falecer, minha mãe pediu que eu continuasse com a trezena. Fiz melhor: transformei em uma grande confraternização".

Solidariedade - Para retribuir as conquistas, o professor José Américo distribui pães para pessoas em situação de rua: "A história de Santo Antônio é um exemplo de simplicidade, então, nada mais justo do que transformar a fé em um gesto concreto".

Este ano, o professor vai arrecadar recursos para a campanha Ame João, que visa financiar o tratamento de saúde do garoto João Amaury, 11, diagnosticado com atrofia muscular espinhal tipo II (AME). "Pedir só para si é colocar em prática uma fé egoísta, vazia", disse. (As informações do A Tarde)

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