Como resultado, a sequência de desentendimentos entre as partes faz o ex-prefeito comparar em seus programas o secretário de Comunicação do Estado, Robinson Almeida, o “homem da verba”, com Joseph Goebbels, o ministro da propaganda de Adolf Hitler, responsável pela criação do discurso nazista nos anos 20 e 30. A troca de amabilidades, porém, tem muito mais do que disputas econômicas e editoriais envolvidas.
Com a definição da candidatura de Kertész para o Palácio Thomé de Souza cada vez mais encaminhada, os microfones e veículos associados do Grupo Metrópole se tornam fortes vozes de divulgação da figura do comunicador. Mantendo a verba à empresa, o governo patrocina diretamente o desenvolvimento da construção da campanha de Kertész.
Além disto, Kertész é filiado ao PMDB, o maior adversário político do PT na Bahia nos últimos anos. O candidato petista à prefeitura é Nelson Pelegrino, que tenta pela terceira vez ser eleito ao cargo e não deve medir esforços para garantir a vitória. No PT, a eleição do deputado federal é prioridade máxima para as eleições deste ano.
Caso vença, o PT completará na Bahia uma tríade de poder e alinhará as gestões federal, estadual e municipal na principal cidade do estado. Já se o radialista for aclamado pelo eleitorado e voltar ao palácio que construiu, Mário Kertész vai impor ao PT local uma dolorosa derrota que pode ajudar e muito a pavimentar o caminho do partido nas eleições estaduais de 2014. O clima é tenso e deve trazer ao cenário político da cidade muitos capítulos antes do início oficial da novela, no meio do ano. (PH)
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