No lugar de sete bonecos representando personagens da luta pela Independência da Bahia e faixas e bandeirolas, apenas uma bandeira como forma de protesto. Assim deverá ficar a sacada da casa de nº 52, no Corredor da Lapinha, durante o Cortejo do 2 de Julho nesta terça-feira.Apesar de o tradicional concurso de fachadas para imóveis localizados no percurso ter sido retomado este ano, a família de onze filhos que reside no local diz que não vai participar.
Segundo a professora Márcia Pessoa, 62 anos, desde 2009, quando teriam vencido em primeiro lugar o concurso, eles não receberam o valor do prêmio de R$ 3 mil. Na época, o concurso estava sob a organização da prefeitura, através da Fundação Gregório de Mattos (FGM). No entanto, as edições dos anos seguintes (de 2010 a 2012) foram suspensas. Somente este ano foi retomado. Agora sob a tutela do Governo do Estado, através do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC).
"Uma equipe da fundação foi lá em casa e avisou que a gente tinha ganho e pediram um comprovante de residência. A gente levou, mas toda vez que chegávamos lá diziam que faltavam documentos. Foi um calote cívico", afirmou a professora.
Além do desestímulo financeiro, o hábito de 49 anos ainda sofreu outro golpe. Em 2010, a família perdeu o professor Cícero Pessoa, pai dos onze filhos.
"Era meu pai que pensava nas frases das faixas e estimulava a gente, mas ele adoeceu e disse para a gente deixar para lá", acrescentou a também professora, Selma Pessoa, 63 anos.Nesta segunda, 1, a família planejava deixar apenas uma bandeira do Brasil para ornamentar a fachada. "A gente nunca fez com a intenção de ganhar o prêmio. Foi sempre em consideração ao civismo", disse Selma.
Dívida - Por meio da assessoria de imprensa, o atual presidente da Fundação Gregório de Mattos (FGM), Fernando Guerreiro, informou que não há nenhum histórico de dívidas com relação à premiação nos arquivos da instituição.
Já sobre a mudança de gestão do concurso para o âmbito estadual, Guerreiro disse que o 2 de Julho é feito em parceria e a transferência não é um impeditivo para que "a prefeitura tome (o concurso) para si novamente". (As informações do A Tarde)
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