Religiosos do Candomblé, Umbanda e Coletivo de Entidades Negras (CEN) protocolaram uma carta aberta no Ministério Público Federal da Bahia (MPF-BA), nesta segunda-feira (23), com um pedido de investigação sobre o grupo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) intitulado “Gladiadores do Altar”. Segundo organizadores do movimento, a representação também foi entregue em outras 22 cidades do país. "Essa igreja tem um histórico de ofensa a nossa religião. Temos medo do fomento ao ódio", disse o Sivanilton Mata, babá pecê no terreiro Oxumarê, em entrevista ao jornal Correio.
Antes de entregar a representação contra a IURD, um grupo de pessoas vestidas de branco e portando cartazes realizaram uma manifestação em frente ao prédio do Ministério Publico Federal da Bahia, na avenida Paralela. O grupo "gladiadores do Altar" foi criado no final de 2014 pela Igreja Universal e também é chamado de "exército de Cristo" pelos pastores da denominação. A assessoria da Igreja nega que o grupo tenha caráter "paramilitar" e alega que "são jovens com vocação missionária" estudantes da Bíblia.
Pablo Barreto, procurador-chefe do MPF-Ba, se reuniu com os manifestantes e garantiu que irá designar uma equipe para estudar o novo projeto da Universal. "É uma postura paramilitar. Nós já sofremos preconceito de vários membros da IURD, que destroem terreiros e perseguem pessoas das religiões afro nas ruas. Não vamos esperar um grupo de 6 mil homens, que se denomina como um 'exército', pegar em armas e agir contra a gente", disse o advogado Luiz Fernandes Martins, responsável pelo pedido de investigação contra a igreja no Rio de Janeiro, onde o ato reuniu dezenas de pessoas.
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