O governador Rui Costa (PT) revelou, em entrevista exclusiva ao A TARDE, haver ao menos mil servidores recebendo benefícios acima do teto estadual. "Isso é só no Executivo, e eu tendo a achar que, como os salários dos outros poderes (Legislativo e Judiciário) são naturalmente maiores (que os do Executivo), os números são mais expressivos", disse, nesta quarta-feira, 23, o governador logo depois de participar da reunião do Pacto pela Vida.
Ele reiterou que vai olhar "caso a caso" e verificar "o que deu lastro a esses valores, e se não estiverem em conformidade com a lei, serão retirados".
Distorções e piada - Rui Costa disse que, muitas vezes "por erro ou por falta de atenção" ao longo de anos, distorções vão se perpetuando. "No serviço público tem muito disso", brincou, comparando com uma piada do barnabé que recebeu a missão de pintar um banco e colocou uma placa com os dizeres "Não sente, tinta fresca".
"O chefe que mandou pintar nunca mandou tirar a placa que ficou no local por anos. Um belo dia alguém perguntou ao funcionário: por que não tira a placa? E o outro respondeu: só me mandaram colocar. Às vezes no setor público acontece isso". Citou que caso semelhante ocorreu recentemente no estado. "Foi o próprio Tribunal de Contas do Estado que me notificou, alertando que estavam sendo pagas insalubridades indevidas. Há muito tempo se pulverizou a inclusão de adicional de insalubridade. Então, ao invés de somente a Secretaria de Administração incorporar isso à folha se admitiu que qualquer órgão do estado poderia adicionar a insalubridade de todo servidor".
Responsabilidade - Nessa linha deu "total apoio" à iniciativa do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) de cortar os penduricalhos. "Lembro que a Bahia é o 24º estado em arrecadação per capita, portanto temos obrigação de sermos mais eficientes que os outros estados e valorizar mais ainda o dinheiro do cidadão" , declarou o governador.
Rui enfatizou que os três poderes do estado devem ter "preocupações mútuas e compartilhadas", pois se um ente descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, todos ficam inadimplentes perante a União, e aí os recursos federais são cortados. "Cada um tem que ficar de olho no vizinho para não ultrapassar a LRF", disse. (As informações do A Tarde)
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