A poucos dias do final do mês, a Coordenadoria de Salvamento Marítimo da Prefeitura de Salvador (Salvamar) já registrou um aumento de 297,87% no número de pré-afogamentos em relação aos 30 dias de setembro de 2014. O mês que marca a chegada da primavera já conta com 187 ocorrências de pré- -afogamentos. Enquanto que, no mesmo mês do ano passado, foram 47 registros. A Salvamar alerta para que a população redobre a atenção, devido aos resquícios das fortes correntes marítimas - típicas do inverno - que podem causar afogamentos.
Coordenador do órgão, João Luiz Moraes revela que os pontos com maior número de pré-afogamentos são no trecho entre Jaguaribe e Piatã. Isso porque, nesta extensão, há muitos buracos e fortes correntes de retorno - valas que puxam banhistas para o fundo do mar. De acordo com ele, a população não respeita a sinalização do grupamento. A Salvamar informa, por meio de nota, que as praias de Jardim de Alah, Aleluia, Farol de Itapuã e Boca do Rio (antiga sede do Bahia) também estão entre as consideradas como mais perigosas.
"Há muita imprudência por parte dos banhistas. O ideal é que perguntem aos salva-vidas qual o local mais seguro para o banho, e que não excedam no uso de bebidas alcoólicas. É importante manter-se em um local em que a água chegue até a linha da cintura", explica Moraes. O estudante Paulo Cruz, 22 anos, costuma frequentar a praia de Piatã, com o filho e a esposa "quase todos os finais de semana". Ele afirma que as bandeiras que indicam perigo na faixa litorânea o fazem ficar mais atento durante o banho.
"Eu vi um afogamento em Piatã no feriadão [de 7 de setembro] e fiquei ainda mais cauteloso. Não dá para brincar com a maré. Sempre prefiro ficar na borda com o meu filho. Quando vou sozinho, vou até onde a água fica na cintura", conta. Para quem gosta de nadar no mar, o ideal é praticar a atividade em paralelo à faixa de areia e não em direção à parte mais funda da água, pontua João Luiz Moraes.
A Salvamar é responsável pelo trecho do litoral que vai da praia do Jardim de Alah até a divisa com Lauro de Freitas, Praia de Ipitanga e Ilha de Maré. A outra parte da extensão da orla da capital baiana fica sob a responsabilidade da GMar, grupamento do Corpo de Bombeiros.
Precauções - Para evitar afogamentos, a Salvamar sinaliza as praias com a bandeira vermelha com as palavras "perigo" e "danger" (tradução americana adotada por conta dos turistas). A atenção deve ser redobrada quando a maré está esvaziando, pois, nesta hora, as correntes de retorno ficam ainda mais fortes.
Conforme o grupamento, os banhistas devem escolher praias com salva-vidas. O trechos de Placafor e rua K, em Itapuã, são as mais tranquilas para banho. O mar é considerado menos revolto e formam enseadas (pequenas baías de mar). No último dia 13, a equipe de A TARDE presenciou uma movimentação para o resgate de uma família. As quatro vítimas preferiram não se pronunciar nem revelar os nomes. Um dos três salva-vidas envolvidos na operação explicou que o motivo do pré-afogamento foi uma corrente de retorno.
"O guarda desta base de Jaguaribe estava de prontidão, já na beira do mar e apitou mais de dez vezes para que os quatro retornassem. Devido à corrente de retorno, eles não conseguiram sair e levantaram as mãos, pedindo ajuda. Já estávamos correndo da base para ajudá-los", explicou o salva-vidas Luiz Pinho. Ele estava localizado em um posto situado a 500 metros do ocorrido, com outro salva-vidas que também participou da ação. (As informações do A Tarde)
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