“O Brasil, definitivamente criou e comandou a Operação Condor. Os documentos que eu trouxe aqui provam”, disse o ativista em Direitos Humanos, Jair Krischke em depoimento prestado nesta segunda-feira (26) à Comissão Nacional da Verdade (CNV), que apura as violações de Direitos Humanos, praticadas por agentes públicos no período da ditadura militar.
Presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), Krischke entregou à representante da comissão, Rosa Maria Cardoso da Cunha uma série de documentos secretos que relatam a perseguição e captura de dissidentes políticos além-fronteira, com a colaboração das ditaduras da Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai.
De acordo com Krischke, a Operação Condor teve como objetivo reprimir e eliminar os opositores das ditaduras que vigoravam nesses países. “As ditaduras trocavam informações, prisioneiros e assassinatos, realizando operações conjuntas altamente clandestinas, sem respeitar as normas internacionais e diplomáticas existentes”, disse.
Durante seu depoimento, Krischke também contestou a versão oficial das autoridades militares brasileiras sobre a queima de arquivos do período. Ele disse que muitos arquivos estão nas mãos de chefes militares do período. “Sabemos que existem [arquivos] nas mãos do Major Curió e de tantos outros que são mais discretos. É preciso continuar na luta para abrir os do exército e demais arquivos”, disse .
Krischke disse à Comissão da Verdade que a primeira evidencia da Operação Condor relata a prisão do ex-coronel do Exército Jefferson Cardin Osório na Argentina, em dezembro de 1970, o primeiro alvo da operação. Em outubro , a reportagem revelou a existência da operação de sequestro de Osório. ( As informações da Agência Brasil)
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