O autor do massacre de Jussiape, Claudionor Galvão de Oliveira, o Colon, 43 anos, saiu de casa na manhã de sábado sabendo exatamente o que ia fazer. Conforme acreditam os amigos e testemunhas, o ataque de fúria foi planejado. Saiu de casa com uma espingarda nas mãos, um revólver calibre 38 na cintura e munição amarrada ao pescoço, pronto para não mais voltar.
Seu primeiro alvo foi o diretor da Embasa, Oderlange Pereira Novaes, 46 anos, que tomava uma cerveja em um bar, na praça da cidade. Entrou no local por uma porta lateral, avisou ao proprietário que a dívida que tinha a receber, fosse paga a uma prima, ficou diante da vítima e desferiu o tiro de espingarda à queima-roupa. Na cabeça, sem chances de defesa.
“Todo mundo na cidade tinha medo dele, porque era um grande caçador de veados, sabia atirar”, observa o irmão de Oderlange, o comerciante Edson Pereira Novaes, de 45 anos. “Ele chegou sem dar uma palavra, depois saiu andando tranquilamente, trocando a cápsula da espingarda, uma frieza impressionante”, relata Luiz Rodrigues, 52 anos, que estava na mesa do bar na hora do ataque.
A partir de então, foi quase uma hora de pânico e correria na pequena Jussiape, a 530 quilômetros de Salvador, na área sul da Chapada Diamantina. Comerciantes fecharam as portas e as pessoas corriam. Um policial chegou a tentar deter Colon, mas foi atingido na perna.
O atirador morreu no confronto com os PMs. O corpo dele foi enterrado no início da manhã do domingo (25), mas nenhum familiar ou amigo de Claudionor foi ao cemitério assistir ao sepultamento. Alguns moradores de Jussiape estenderam faixas pretas na frente das casas em sinal de luto pela tragédia.
Motivação - O motivo de toda a discórdia gira em torno da concessão de um quiosque público, onde Colon mantinha um bar. Ele teve o direito de explorar o local adquirido em 2009, quando Vagner Neves Freitas, amigo pessoal, era prefeito. Após a cassação do aliado em 2010, naquele mesmo ano quem assumiu foi Procópio Alencar, que logo achou problemas na licitação e resolveu cancelar o contrato uso do ponto. Na eleição deste ano, Vagner estava inelegível, mas colocou na disputa sua mulher, Vânia Novais, que recebeu apoio de Colon. Ela foi derrotada. (As informações do Correio)
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