Logo após voltar de Porto Alegre no fim da tarde deste domingo, 27, a presidente Dilma Rousseff convocou uma reunião no Palácio da Alvorada. A petista terá pela frente uma das semanas mais difíceis desde que o processo do impeachment foi aberto na Câmara, com a oficialização do desembarque do PMDB do governo previsto para a próxima terça-feira. Auxiliares da presidente classificam a decisão do partido do vice-presidente Michel Temer como irreversível e chegam a falar que "só um milagre" faria os peemedebistas mudarem de ideia. Eles não descartam também uma debandada dos demais partidos da base aliada, como o PP e o PSD. Para um ministro do PT, os próximos 15 dias vão definir se Dilma continua ou não na Presidência. Com o desembarque do PMDB, a ordem é atuar no varejo para conquistar deputados.
Hoje, o cálculo é que o governo não tem os 171 votos necessários para barrar o impeachment e que seria muito difícil parar processo depois que ele chegar ao Senado. Sem interlocução com Temer, Dilma delegou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a tarefa de tentar se aproximar do vice. Na semana passada, o petista não obteve sucesso na empreitada. Temer sequer atendeu aos telefonemas do ex-presidente. Uma nova tentativa deve ser feita nesta segunda-feira, mas há pouca esperança que isso altere o quadro já desenhado. Até mesmo a nomeação de Lula para a Casa Civil já é vista, no Planalto, como algo que perdeu o sentido. Com o caso dependendo de uma posição do Supremo Tribunal Federal - o que não deve acontecer nesta semana -, a saída vai ser o ex-presidente atuar como interlocutor informal do governo, como já vem fazendo. No alvo da Lava Jato, porém, a avaliação é de que Lula já não mostra a mesma influência de outrora. (As informações do Estadão)
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