O Ministério Público Federal (MPF) emitiu uma nota nesta quarta-feira (23), em que afirma não haver qualquer negociação sobre acordos de delação com executivos ligados à construtora Odebrecht. Na terça-feira (22), a empresa divulgou uma nota, em que expressa a vontade de colaborar com a Operação Lava Jato. No entanto, segundo os procuradores, a mera vontade não é suficiente para suspender as investigações contra o grupo.
A empresa informou fará uma “colaboração definitiva” com a Justiça. A Odebrecht informou que a decisão foi tomada pela diretoria do grupo, em uma reunião durante a tarde de terça-feira. O Jornal Nacional, que publicou a informação com exclusividade, apurou que entre os executivos que podem fazer acordos está o ex-presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, já condenado a 19 anos de prisão.
“A empresa, que identificou a necessidade de implantar melhorias em suas práticas, vem mantendo contato com as autoridades com o objetivo de colaborar com as investigações, além da iniciativa de leniência já adotada em dezembro junto à Controladoria Geral da União”, diz trecho da nota da Odebrecht enviada à imprensa.
Na nota do MPF, os procuradores dizem que, além de estarem mantidas as investigações, o fato de a empresa ter divulgado a intenção de fazer o acordo fere diretamente a lei que trata das delações premiadas, que exige sigilo. O MPF também diz que a suposta intenção da empresa não é suficiente para apagar os indícios de obstrução da Justiça que foram observados pelos procuradores durante as investigações.
A procuradoria ainda diz que um eventual acordo, seja de leniência ou de colaboração premiada, só seria possível se a empresa revelasse não só os fatos pelos quais é investigada, mas também outros atos ilícitos sobre os quais possa ter participação ou conhecimento, além da reparação de todos os erros.
Em uma nova nota, a empresa comentou as declarações do MPF. "A Odebrecht, por meio de seu comunicado divulgado na noite de terça-feira (22), teve a intenção de manifestar à sociedade sua disposição em colaborar com as autoridades", informou a companhia. (As informações do G1)
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