terça-feira, 1 de março de 2016

QUATRO ÁREAS COM RISCO DE DESLIZAMENTO EM SALVADOR TERÃO SIRENES DE ALERTA

Pelo menos quatro bairros dos que mais sofrem com as chuvas em Salvador já vão ter uma nova forma de prevenção este ano: se a água começar a cair demais, uma sirene vai avisar que todos devem sair de suas casas para evitar correr risco. Os sistemas de alerta e alarme serão implantados em áreas consideradas “prioritárias” pela prefeitura: a Rua Baixa de Santa Rita, em São Marcos; a Rua Coronel Pedro Ferrão, na Baixa do Fiscal; a Rua Henrique Mamede, no Alto da Terezinha; e a Rua Henrique Marques, no Marotinho (Bom Juá) – onde quatro pessoas morreram no ano passado após deslizamentos de terra provocados pela chuva.

A medida foi anunciada pelo prefeito ACM Neto, ontem, como parte de um pacote de ações para enfrentar o período chuvoso este ano. Neto assinou três decretos: a autorização para a Operação Chuva 2016, a criação de um comitê interinstitucional de ações de emergência e o novo regimento interno da Defesa Civil de Salvador (Codesal). “O sistema vai avisar quando a água estiver já acumulando em um certo nível que possa ocorrer riscos, sobretudo de deslizamentos. De maneira automática, o sistema vai disparar o aviso”, afirmou o prefeito. O investimento será de cerca de R$ 4 milhões, em recursos municipais. A ideia é estender para outras áreas.

Os sistemas são sirenes conectadas a pluviômetros automáticos que vão se comunicar diretamente com os sistemas da Codesal. Segundo o secretário municipal de Infraestrutura, Paulo Fontana, os equipamentos já estão “em fase final de aquisição” e devem estar disponíveis antes do Inverno. “É uma sirene alta, que quando o pessoal ouvir, vai ser o mesmo que dizer ‘você tá numa área de risco. Saia’”.

Um dos locais mais afetados pelas chuvas no ano passado, a comunidade do Barro Branco, na Avenida San Martin, onde 11 pessoas morreram em abril passado, não deve receber esse sistema. Ainda de acordo com o secretário, Barro Branco já não é mais considerada uma das principais áreas de risco, por conta das obras de contenção feitas no local. Até o final de março, também deve estar disponível uma plataforma de comunicação entre a prefeitura e as comunidades. Por SMS, as pessoas serão avisadas quando devem evacuar uma área. Os moradores poderão contatar a prefeitura pela plataforma, quando houver problemas.

Prevenção - A Operação Chuva será dividida em duas etapas. A primeira, preparatória, começa esta semana e deve durar todo o mês de março, com ações preventivas e novas tecnologias para a contenção de encostas. De acordo com Neto, outros R$ 7,5 milhões serão investidos para contenções com mantas. Enquanto as contenções com lonas duram até dois meses, as feitas com mantas podem ter garantia mínima de cinco anos, podendo chegar a 30 de uso. Já foram feitos testes na Avenida Juracy Magalhães e próximo à UPA dos Barris. Ao todo, com o recurso, será possível fazer a contenção de 120 a 150 encostas.

Ao CORREIO, o secretário Paulo Fontana afirmou que fez um levantamento de ao menos 70 áreas que devem receber essas mantas. Os locais devem ser divulgados em breve. Já as ações preventivas incluem a recuperação de escadarias, obras de drenagem, limpeza de canais e bueiros, pavimentação e poda de árvores. As ações devem reduzir riscos de tragédias em áreas de risco.

Na segunda fase, que deve durar de abril a julho, além de dar continuidade às ações preparatórias, os órgãos envolvidos ficarão de plantão 24 horas. A atuação da Codesal passará a ser descentralizada, com apoio das prefeituras-bairro da Liberdade/São Caetano, do Subúrbio/Ilhas, do Cabula e de Pau da Lima – onde estão as maiores áreas de risco. O Centro Histórico receberá atenção com equipe permanente de vistoria a casarões antigos e imóveis com risco de desabamento.

A população também será mobilizada, através dos núcleos comunitários e de um programa de voluntariado. Os núcleos serão instalados nas áreas de risco, para informar e capacitar os moradores sobre como devem proceder na época das chuvas. Além disso, serão feitas simulações de evacuação, com a ajuda do sistema de alerta e alarme.

O prefeito ainda anunciou que, a partir de abril, o pagamento do aluguel social será feito por cartão e através da Caixa. Equipes vão revisitar imóveis e verificar quais precisam do aluguel. Segundo o prefeito, quem retornar às casas em risco poderá perder o benefício de R$ 300. Hoje, 3.616 famílias recebem, de 8.271 cadastradas em 2015. (As informações do Correio)

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