A oposição ao governo Michel Temer vai protocolar nesta terça-feira (22), na Comissão de Ética da Presidência da República, uma petição em que recomenda ao órgão o afastamento imediato do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. Na segunda (21), o colegiado já havia autorizado abertura de processo para investigar a conduta do ministro, acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de fazer pressões pela liberação do empreendimento imobiliário de luxo La Vue, em Salvador, no qual tem contrato de compra e venda de apartamento.
O deputado federal Jorge Solla (PT-BA) afirmou que o documento, assinado por parlamentares do PT e PCdoB, pede a saída de Geddel do cargo por usar sua posição de forma “ilegal”. “Há depoimentos contundentes do ex-ministro [Marcelo] Calero referindo-se à situação de coação, ameaça que ele passou por iniciativa do ministro Geddel. É um absurdo que mantenha o ministro Geddel no cargo. Ele usou o cargo de forma ilícita, em uma atitude patrimonialista, incompatível com o cargo de ministro”, bradou. Para o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA), é “estranha” a decisão do presidente Michel Temer de manter Geddel no cargo, mesmo após as acusações de Calero.
Vale lembrar que o ministro assumiu ter conversado com o ex-titular da Cultura sobre a liberação do empreendimento. “Está caracterizado que ele [Geddel] não usou de isenção, imparcialidade e transparência, requisitos fundamentais exigidos para um ministro de governo. Estranho é o presidente, diante de fatos evidentes, considerar que não há razões suficientes para afastamento. Isso joga por terra os argumentos que o governo vem anunciando de que não tem conivência com maus feitos”, criticou. Segundo reportagem do Estadão, a petição pede também que a comissão realize diligências, como oitiva de Marcelo Calero e da presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa. (As informações do BN)
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