quarta-feira, 23 de agosto de 2017

CAPETINHA TENTA SAIR DO INFERNO EM MAIO APROCESSOS, PENSÕES, PRISÕES E PENHORA

Em 2004, ele era o anjo caído do céu para realizar o plano grandioso de levar o Vitória ao título brasileiro. De helicóptero, junto com o amigo Vampeta, o baiano Edilson descia no centro do gramado do Barradão, quase dois anos depois de conquistar o penta com a Seleção Brasileira.

Após passagens gloriosas por Palmeiras, Corinthians, Benfica de Portugal, Cruzeiro, Flamengo e Kashiwa Reysol do Japão, o Capetinha voltava para se consagrar na terra de todos os santos. Para se consagrar e para cuidar dos seus negócios, entre eles o bloco Bróder, a casa de shows Estação Ed 10, as diversas bandas de pagode que lançou e os inúmeros imóveis que adquiriu em anos de carreira.

Corta para 16 de agosto de 2017. Edilson é preso por policiais civis e é levado para a sede da Polinter, em Salvador. O motivo? Uma dívida que se arrasta desde 2013 referente ao não pagamento mensal de R$ 8,8 mil em pensão alimentícia para um dos seus filhos, que mora em Brasília. Ao ser preso por quase quatro dias, um deles no Complexo Penitenciário da Mata Escura, notícias sobre uma dívida trabalhista ainda maior vieram à tona.

Falou-se em R$ 10 milhões em débitos. Mas, esse número, ao menos os relacionados com processos trabalhistas, ainda não foi fechado. “Ainda vamos atualizar, mas a dívida atual ultrapassa R$ 6 milhões”, diz o diretor da Coordenadoria de Execução do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Rogério Fagundes. A pergunta que fica é se Capetinha está falido.

Processos
O CORREIO teve acesso ao relatório do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT), onde foi instaurado um processo de penhora unificada que reúne de 20 a 30 processos trabalhistas contra Edilson, contra empresas em seu nome, como a casa de shows Estação Ed Dez, que funcionava no bairro da Federação, e contra pessoas ligadas a ele. O fato é que a maioria dos bens do ex-craque está bloqueada.

Há também imóveis milionários penhorados ou em processo de penhora, a exemplo de uma mansão no bairro do Horto Florestal avaliada em R$ 3 milhões, e uma casa em Guarajuba, no Litoral Norte, no valor de R$ 1 milhão. Além desses, na lista de bens bloqueados, penhorados ou em processo de penhora, tem outros dez imóveis, quatro carros, contas bancárias, ativos financeiros e saldos de cartões de débito e crédito provenientes de vendas de abadás para o bloco Bróder.

Isso porque, para buscar formas de Edilson pagar as dívidas, o TRT rastreou o seu patrimônio milionário, que estaria, em parte, nas mãos de laranjas. Por isso, o tribunal arrolou no processo unificado não só o atleta, mas um grupo econômico que envolve empresas, sócios e familiares de Edilson, inclusive a sua própria mãe, Maria de Lourdes da Silva Ferreira, a qual tem um carro em seu nome.

Além de familiares e sócios, na lista de “devedores” também consta as empresas E&E Eventos, a Ed Cem Editora Musical, a Gooold Soccer Assessoria Esportiva, a Tribrazil Produções Artísticas, a Nos Duas Indústria de Moda e mais duas empresas de intermediação de negócios. “São pessoas e empresas que eventualmente estejam com o dinheiro que não está na mão dele e está na mão de terceiros. São laranjas, né? Filhos menores com imóveis, por exemplo. Isso indica que ele está tentando dificultar uma penhora”, afirma Rogério Fagundes, diretor do TRT.

“Vamos apurar até que ponto esses sócios têm responsabilidade com as dívidas trabalhistas e até que ponto esses bens podem ou não responder pela causa”, adianta Fagundes. Enquanto isso, Edilson não pode se desfazer dos bens para quitar as dívidas. “Ele não pode vender nada. Está tudo indisponível”, afirma o diretor. A decisão do TRT é válida ao menos até o dia 14 de setembro, quando acontece uma audiência. “É a oportunidade que ele tem para se defender. Se ele não for, vai ser pior pra ele”, conclui Fagundes.

Sem defesa
Segundo o irmão de Edilson, Eliomar Ferreira, ainda não foi constituído advogado para os processos trabalhistas. Heleno Andrade, o defensor que o tirou da prisão por conta do não pagamento da pensão, espera assumir também a causa no TRT. “Não acho que seja algo que não possa ser resolvido. Não deve ser esse valor todo”, acredita.

Eliomar disse que o irmão está viajando e, por hora, não vai falar sobre o caso. Enquanto isso, um amigo afirma que o jogador foi traído por funcionários. “Ele (Edilson) fez acordo com o pessoal (ex-funcionários). Pagou o combinado. Mas depois o pessoal disse que não tava satisfeito e botou ele na Justiça”, alega o irmão.

Casa do Horto
Segundo o relatório do TRT, a propriedade mais cara de Edilson em Salvador é a casa onde ele mora, na Rua Sapucaia, no Horto Florestal. O imóvel, avaliado em R$ 3 milhões, foi arrematado por R$ 1,2 milhão no dia 24 de setembro de 2014. Recursos já foram julgados improcedentes. Mas, há outro ainda a ser apreciado. Por isso, Edilson continua morando na casa. (As informações do Correio)

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