quinta-feira, 3 de agosto de 2017

DECISÃO É UMA CONQUISTA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO, DIZ TEMER

O presidente Michel Temer fez um discurso de conciliação ao exaltar a decisão da Câmara dos Deputados, tentou demonstrar que o governo vai manter sua agenda de aprovação de reformas econômicas e reafirmou que vai cumprir o mandado até 31 de dezembro de 2018. Em pronunciamento no Palácio do Planalto, assim que foi rejeitada a denúncia proposta pela Procuradoria Geral da União (AGU) na Câmara, Temer disse que o resultado da votação era a manifestação "incontestável" da vontade do povo brasileiro.

"A decisão soberana do parlamento não é uma vitória pessoal de quem quer que seja, mas uma conquista do estado democrático de direito, da força das instituições e da própria Constituição", afirmou. "O poder da autoridade, tenho repetido isso com muita frequência, emana da lei. Extrapolar o que a Constituição determina é violar a democracia."

Temer disse que a obediência à lei e à constituição é um princípio que deve ser obedecido por todos. "Hoje esses princípios venceram com votos acima da maioria absoluta na Câmara dos Deputados", disse. "Diante dessa eloquente decisão, eu posso dizer que, agora, seguiremos em frente com as ações necessárias para concluir o trabalho que meu governo começou, convenhamos, há pouco mais de um ano."

Temer voltou a dizer que seu governo está retirando o País da "mais grave crise econômica" da história. "Embora seja repetitivo, digo que é urgente colocar o Brasil nos trilhos do crescimento, da geração empregos, da modernização e justiça social."

O presidente disse não ter parado "um minuto sequer" desde que assumiu o governo, em 12 de maio de 2016, e disse que não vai descansar até 31 de dezembro de 2018. "Durante esse breve período, espero terminar a maior transformação já feita no País em vários setor do Estado e da sociedade."

Temer citou que, durante seu governo, já propôs mudanças na lei de exploração do petróleo e mineração e reduziu a burocracia. "Enfrentamos e derrotamos a inflação", disse. "Os juros estão caindo a cada mês." Temer mencionou ainda recordes na produção agropecuária e nas exportações e voltou a falar na necessidade de geração de empregos. "Já conseguimos resultados expressivos neste ano e o emprego está voltando", afirmou.

Segundo ele, assim, que a modernização da lei trabalhista entrar em vigor, os resultados de geração de empregos serão "ainda mais expressivos". "Faremos muito mais ao colocar nossas contas em ordem, de forma definitiva e equilibrada. Faremos todas as demais reformas estruturantes de que o País necessita."

Temer prometeu simplificar o sistema tributário brasileiro e remover obstáculos à iniciativa privada "honesta e empreendedora". "As empresas precisam se dedicar mais a gerar produtos, serviços e comercializar do que a atender a burocracia governamental", afirmou. E a hora é de investir e acreditar no potencial de nosso país. O Brasil está pronto para crescer ainda mais. E o crescimento virá", acrescentou.

Sem mencionar nomes, Temer disse ainda que aqueles que tentam dividir o Brasil erram. "Todos nós somos brasileiros. Filhos da mesma nação, detentores dos mesmos direitos e deveres. Devemos nos dedicar a fazer um Brasil melhor. Farei isso a cada minuto, a cada instante, até o fim de meu mandato", afirmou.

"Quero construir com cada brasileiro um país melhor, pacificado, justo, sem ódio ou rancor. Nosso destino inexorável é ser uma grande nação. É preciso acabar com os muros que nos separam e nos tornam menores. É hora de atravessarmos, juntos, a ponte que nos conduzirá ao grande futuro que o Brasil merece", acrescentou.

Durante o dia, auxiliares do presidente tentaram cravar qualquer placar, mas no inicio da noite, um interlocutor próximo afirmou que o piso no Planalto era de 270 votos. O responsável por fazer as planilhas com previsão de votos, o deputado Beto Mansur (PRB-SP), chegou a divulgar que o governo conseguiria mais de 300 votos.

Ao evitar comentários antecipados sobre o placar, interlocutores do presidente pretendiam evitar que um resultado abaixo do esperado contaminasse o discurso e passasse a ideia de que o governo terá dificuldades na previdência, por exemplo, que precisa de 308 votos para ser aprovada. Justamente por isso, o discurso dos auxiliares do presidente foi ao longo do dia de que a votação de hoje "não é a mesma conta" para análise de outras matérias no Parlamento. (As informações do Estadão)

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