A Comissão Nacional da Verdade (CNV) e o Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul decidiram exumar o corpo do ex-presidente João Goulart, que morreu supostamente vítima de um ataque cardíaco no dia 6 de dezembro de 1976 durante exílio na Argentina. A exumação, que terá o acompanhamento de peritos argentinos e uruguaios, deverá ser realizada nos próximos três meses.
A decisão, tomada em uma reunião ocorrida em Brasília no último dia 24 de abril, foi confirmada nesta quinta-feira pela coordenadora do grupo de Relações com a Sociedade Civil e Instituições da Comissão, Rosa Cardoso. No âmbito da CNV, ainda está em discussão a forma como a medida será concretizada – um inquérito civil público tramita desde 2007 na Procuradoria da República pedindo investigação sobre as causas da morte de João Goulart. A dúvida da Comissão é sobre a necessidade ou não de uma medida judicial para garantir a exumação.
“Tudo terá de ser feito com muito cuidado e cautela, já que se trata de um assunto bastante delicado. Haverá muita pesquisa antes de concretizarmos (a exumação). Mas a decisão está tomada”, disse.
A Comissão de Mortos e Desaparecidos já realizou um levantamento para rastrear os laboratórios capazes de fazer a melhor análise toxicológica do material que será colhido do corpo do ex-presidente. Esse resultado não foi informado pela Comissão. A expectativa é de que os componentes químicos utilizados num suposto envenenamento de Jango tenham se depositado nos ossos do ex-presidente, o que seria possível detectar com a tecnologia atual.
Mas, segundo uma fonte da CNV ouvida por O GLOBO, não há garantia de que as condições em que João Goulart tenha sido sepultado viabilizem esse processo. Nesse caso, a análise toxicológica seria inconclusiva. O ex-presidente está sepultado no cemitério municipal de São Borja (RS). (As informações da Agência O Globo)
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