Diversidade, irreverência e muita sátira. Esses são os elementos que sempre estão presentes na mudança mais famosa do Carnaval baiano, a Mudança do Garcia, que desfilou do Garcia ao Campo Grande (Osmar), nesta segunda-feira (3). A novidade desse ano foi a homenagem feita ao cantor e compositor Riachão, que nasceu no Garcia, em 1921, e até hoje mora no bairro. Uma questão de honra para muitos moradores que o conhecem. “Riachão é um homem iluminado, inteligente e tem uma ligação muito forte com o nosso bairro. Pra mim, é uma honra tê-lo aqui”, disse Denise Souza.
De cima de um pequeno trio, a alegria e disposição do artista não deixavam tão aparentes os seus 93 anos. Não apenas 93 anos, mas uma vida de produção de obras reconhecidas e reproduzidas por grandes artistas da música brasileira, como Gilberto Gil, Caetano Veloso e Cássia Eller, que fez o Brasil inteiro conhecer a música “Vá Morar com o Diabo”, de autoria de Riachão.
E não é só quem mora no Garcia, como Riachão, que faz questão de participar da Mudança do Garcia. Cláudio neves, 62, saiu do Costa Azul para participar de mais uma mudança, por motivos simples. “É um bloco que permite a participação de todas as pessoas, sem distinção de classe e de cor e permite que essas mesmas pessoas expressem seus sentimentos, utilizando a criatividade”.
Quem também deixou o seu bairro, o Itaigara, foi Rose Fernandes, 59. Ela aponta a irreverência do bloco sem cordas como uma das características mais fortes do movimento. “É essa oportunidade de cada um poder expressar a sua opinião, sem repressão ou qualquer tipo de impedimento que me traz aqui todos os anos”, explicou.
Morador do Garcia há 10 anos, Francisco Jorge, 42, nunca passou uma segunda-feira de Carnaval fora de casa. “Não quero perder a oportunidade de ver a Mudança do Garcia Participo desde quando vim morar aqui e vou estar aqui sempre que puder”.
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