A presidente Dilma Rousseff deflagrou nesta segunda-feira, 24, a reforma administrativa de seu governo, anunciando a decisão de cortar dez ministérios, sem especificar quais, além de reduzir cerca de 1 mil dos 22,5 mil cargos comissionados e extinguir secretarias ministeriais que se sobreponham, entre outras propostas. Em entrevista ao Estado de São Paulo e aos jornais O Globo e Folha de S.Paulo, no Palácio do Planalto, a convite da própria presidente, Dilma justificou na tarde de ontem a decisão - proposta por seus adversários e criticada por ela durante a campanha - como parte dos movimentos para melhorar a gestão do País. "Vamos passar os ministérios a limpo", disse ela.
Na entrevista, Dilma reconheceu que o governo demorou a perceber a gravidade da situação econômica, especialmente no exterior, e que, nesse processo, "levou muitos sustos", citando a queda dos preços internacionais do petróleo e das commodities. E avisou que não é possível evitar as discussões sobre reforma para racionalizar a Previdência Social. "Nós não queremos a Grécia. Queremos?" Em dificuldade na relação com sua base de apoio no Congresso, Dilma elogiou o vice-presidente Michel Temer, que vai diminuir sua participação na articulação política. "Ele tem sido de extrema lealdade comigo. E o resultado da primeira fase de sua articulação foi um sucesso", afirmou.
Dilma também manifestou preocupação com o desemprego a inflação, mas ressaltou que a alta dos preços está em "trajetória de queda". "Todo nosso esforço, junto com o reequilíbrio das contas públicas, foi sinalizar que o País não estava parado, dando incentivos ao investimento", afirmou.
Ao comentar os casos de corrupção no governo, a presidente disse ter sido "surpreendida" ao saber que pessoas ligadas ao PT estavam envolvidas em irregularidades na Petrobras. "Lamento profundamente. Sou a favor de uma coisa que Márcio Thomaz Bastos (advogado e ex-ministro morto em 2014) dizia. Não espere que sejam as pessoas a fonte da virtude. Tem que ser as instituições. Elas é que precisam ter mecanismos de controle. Quem pode colocar luz sobre um processo de corrupção é a maturidade institucional do País". (As informações do jornal O Estado de S. Paulo)
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