A enfermeira Lívia trocou pelo preto. A estudante Rita mudou a marca. E o repositor de estoque Sílvio não quer nem saber do preço, ele quer mais é comer feijão. “Eu dou o mesmo dinheiro para minha mulher ir no mercado, e ela que se vire. Não abro mão de comer feijão com farinha todos os dias”, contou Sílvio Carlos, enquanto arrumava a prateleira de seu alimento preferido no supermercado Bompreço, onde trabalha.
Enquanto trabalha, ele vai ouvindo as queixas dos clientes. “Oxente!? Dez reais?”, espantou-se a estudante Rita, estendendo a mão para pegar uma marca mais barata. “Esse aí não, que é muito duro”, protestou a irmã. Um pouco antes, a enfermeira Lívia Brito tomava uma decisão: “A babá do meu filho não gosta de feijão preto, mas, paciência, vai ter que comer esse mesmo, que está mais barato”.
Dez minutos em frente à prateleira de feijão do supermercado são suficientes para entender por que os baianos têm sofrido mais do que os outros brasileiros com a inflação dos alimentos. Todo mundo reclamou do preço, mas ninguém abriu mão de comprar feijão. Nem farinha.
Dentre as sete capitais brasileiras em que a Fundação Getulio Vargas (FGV) pesquisa o Índice de Preço ao Consumidor (IPC), Salvador tem destaque no aumento do preço dos alimentos. Considerando a média anual, de maio de 2012 a abril de 2013, o IPC na capital baiana foi de 17,97%, a maior dentre as outras cidades. Atrás, fica Recife (16,60%) e, por último, Brasília (12,36%), média semelhante à registrada nas outras capitais. (As informações do Correio)
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