Às vésperas do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), um dos réus deste processo, disse que o maior escândalo do governo Luiz Inácio Lula da Silva foi um erro cometido e já corrigido pelo PT. Em entrevista ao site Consultor Jurídico (Conjur), o deputado nega a existência do mensalão e alega que o que houve foi "financiamento irregular de campanha" do PT e seus aliados.
E, no seu entender, o processo no qual é réu é uma questão para o Código Eleitoral, enquanto o esquema envolvendo o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e parlamentares, como o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), se enquadra no Código Penal.
Para o parlamentar, os dois casos podem ser resumidos da seguinte maneira: "É o paradigma da lei: do Código Eleitoral para o Código Penal". Segundo ele, o erro cometido - e corrigido - pela direção do PT no episódio denominado de mensalão foi, fundamentalmente, um erro político já admitido pelo PT por conta do sistema de financiamento de campanha que existe no Brasil. "O erro político foi utilizar recursos não contabilizados, ou 'caixa dois', para fazer campanha eleitoral ou preparação de processos eleitorais", justificou João Paulo Cunha.
Para o deputado, outra diferença é que no mensalão não houve enriquecimento ilícito dos acusados. "Não há, entre todos os réus do mensalão, um acusado de apropriação particular de recurso. O único caso, que, por causa disso, está fora do processo, é o caso do Silvio José Pereira, o Silvinho, acusado de ter recebido uma Land Rover de um construtor da Bahia. Em resumo: cometemos infrações de caráter administrativo e eleitoral. No caso Demóstenes/Cachoeira parece que não é a mesma coisa", acrescentou.
Ao negar a existência do mensalão e justificar o episódio como "financiamento irregular de campanha", Cunha diz: "Foi um financiamento irregular de campanha do PT e dos aliados. Funcionou com recursos não contabilizados, não declarados, para o PT e para os partidos aliados. Não tem nenhuma prova do mensalão (como esquema de compra de apoio no Congresso). Ninguém aponta onde entrou o dinheiro e onde ele influenciou em alguma votação. Isso não foi mostrado." (As informações da Agência Estado)
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