quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

PRODUTORES DO OESTE PERDEM FORTUNAS EM FRETES PELAS ESTRADAS DA BAHIA

Quando fecha as porteiras das três fazendas da família no município de Luis Eduardo Magalhães, no Oeste baiano, e embarca nos caminhões a safra de soja, milho ou algodão, o produtor Rubens Franciosi sabe que o trajeto será longo. Com as estradas que cortam a Bahia esburacadas e os portos defasados e sobrecarregados, os produtores baianos já buscam no Sudeste o caminho para escoar a safra. Além do tempo, a nova rota eleva o custo logístico da produção.

“Da porteira pra dentro, a gente garante, mas, daqui pra fora, só Deus sabe”, diz o produtor, com forte sotaque gaúcho apesar dos quase 20 anos em solo baiano. À frente da Sociedade Franciosi, ele se reveza no cultivo de grãos e de algodão nos 10.500 hectares que a família possui.

Os entraves começam antes do plantio, com as primeiras chuvas na região Oeste, em meados de outubro e novembro. Os fertilizantes e defensivos que farão a correção do solo já trazem embutidos os preços dos fretes multiplicados por quilômetros percorridos nas rodovias do país até as fazendas. “Os insumos que utilizo na soja chegam da Suíça de navio, param no porto e vêm pra cá em caminhões. São quase mil quilômetros de estrada”, avalia Franciosi.

O produtor do Oeste baiano estima entre R$ 800, no caso do milho, e R$ 2.400, para o algodão, o custo por hectare com insumos em uma safra. Com a soja, o custo com insumo fica em torno de R$ 900. Desse total, em torno de 45% do custo é com o frete. O produtor explica que esse valor vai impactar diretamente no preço dos grãos produzidos. “O transporte ferroviário, apesar de mais lento, faria o frete de forma mais barata, pela metade”, diz o empresário.

Franciosi consegue atenuar o custo logístico, no escoamento da produção, com a manutenção do produto em suas próprias terras. Com um armazém, estoca até 60% da safra e espera o melhor momento para vender o produto, e assim negocia um preço maior. A maioria dos produtores do Oeste improvisa nos caminhões uma espécie de depósito. Os armazéns podem representar economia de R$ 5 no valor final da saca de soja. (As informações do Correio)

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