domingo, 28 de abril de 2013

ARTIGO: É PRECISO REESTATIZAR A PETROBRAS

ANTONIO IMBASSAHY

É conhecida a tendência dos petistas de apelar para a mistificação, para o engodo, justificando os seus malfeitos. Mas este desvirtuamento de postura vai ao extremo quando o assunto é a Petrobras. Nestes casos, alopram de vez. Foi o que aconteceu com o deputado José Guimarães, líder do PT na Câmara, em artigo publicado no último dia 19 neste jornal. Ele recorreu à velha estratégia petista de fabricar fantasmas e tecer fantasias, tentando encobrir os graves problemas que afligem nossa maior empresa pública, desrespeitando os brasileiros.

A estatal enfrenta uma das mais graves crises de sua história, para a qual foi empurrada pelas temerárias gestões petistas. Nunca a companhia se viu tão aviltada pela ocupação partidária, tão prejudicada pela má administração e tão desnorteada por escolhas equivocadas. A própria presidente da Petrobras, Graça Foster, reconheceu: nos últimos anos, a companhia viveu, em algumas de suas investidas, "uma história a ser aprendida e não repetida". Ela conhece os descaminhos em que a empresa se meteu nos anos em que teve Dilma Rousseff como presidente do Conselho de Administração e Sérgio Gabrielli no comando.

Um dos mais graves problemas da Petrobras é a sua insuficiência de refino. Os novos projetos só fazem sorver dinheiro. A Refinaria Abreu Lima teve seus custos multiplicados por dez. As do CE e do MA continuam em promessas. O Comperj se arrasta e
Passadena, um escândalo. Por isso, o país se vê mais dependente de petróleo e combustíveis importados. A aclamada autossuficiência em petróleo revelou-se uma quimera.

Os últimos anos têm sido de rotineira frustração: na última década, a Petrobras jamais cumpriu uma meta de produção, que continua a cair e, mesmo com o pré-sal começando a produzir, não deve voltar a subir antes de 2015. Guimarães diz que a Petrobras está entre as marcas mais valiosas do mundo. Mas omite que a empresa já vale menos que a AmBev e a Ecopetrol, a petrolífera colombiana.

A abertura à concorrência, decorrente da lei do petróleo de 1997, tornou a companhia muito mais competitiva, rentável e produtiva, sustentada num corpo funcional de excelência. Foi no governo Fernando Henrique que a estatal teve seu melhor momento. Infelizmente esse processo foi refreado e invertido, a partir da mudança.

Antonio Imbassahy é Deputado Federal

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