Dezenas de câmeras e microfones empunhados em sua direção. “Surpresa, não esperava essa recepção toda”, disse Raul dos Reis Ramalho, 66 anos, que ficou cerca de meia hora atendendo à imprensa após seis horas de viagem entre Lisboa e Salvador.
Raul foi o primeiro médico estrangeiro a pousar na Bahia para participar do programa Mais Médicos, do governo federal. Se juntarão a ele outros 29 profissionais vindos de fora, que chegarão até domingo.
Raul, porém, não pode ser considerado um estranho por aqui. Morou em Salvador por sete anos, entre 1976 a 1983. Neste período, formou-se na Faculdade Bahiana de Medicina, e em seu internato chegou a trabalhar nos hospitais Irmã Dulce, Santa Isabel e Iperba. Por aqui, teve uma filha, que hoje é comissária de bordo.
“Eu vim pela saudade, sempre sonhei em voltar à Bahia”, disse ele, aposentado em Portugal desde 2011. Há dois anos, outro filho seu, Pedro Ramalho, veio morar em Salvador com a mulher, uma baiana, para fugir da crise europeia.
Por falar em crise, e a bolsa de R$ 10 mil oferecida pelo governo federal? “Em termos europeus, uma vez que o euro está valorizado, a bolsa não é significativa”, disse. “Terá de haver outros motivos para que portugueses venham à Bahia. No meu caso, foram sentimentais. A bolsa não é preponderante”, disse.
Especialista em cirurgia bucomaxilofacial, o português irá atuar num Posto de Saúde da Família (PSF), em Nova Constituinte, no Subúrbio. Ele minimizou a violência. “Nos últimos 15 anos, venho à Bahia como turista, passar um mês de férias, e nunca tive problema. Em Portugal também é perigoso, Lisboa é perigosa à noite”.
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