Criada para apurar a suspeita de pagamento de propina a funcionários da Petrobras pela holandesa SBM Offshore, a comissão externa da Câmara aprovou nesta terça-feira, 22, iniciativas para ampliar seu foco e investigar o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, preso no mês passado na Operação Lava Jato da Polícia Federal. A comissão ainda espera autorização do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo inquérito da Lava Jato, para ir ao Paraná ouvir o ex-diretor.
O requerimento aprovado pela comissão pede que o Tribunal de Contas da União (TCU) fiscalize contratos realizados entre a Astromarítima e a Petrobras. O nome da empresa aparece em planilha encontrada na casa de Costa ao lado de anotações que a Polícia Federal suspeita serem comissões a receber. Além do pedido de fiscalização, foi aprovado também convite para que Renato Cabral, CEO da Astromarítima preste depoimento. “A Astromarítima diz que era uma comissão por um investimento que seria feito, mas uma comissão de 50% não é normal. Tem alguma coisa por trás”, aponta o líder do SDD, Fernando Francischini (PR).
Para justificar a aprovação, a oposição argumenta que a Astromarítima atua na mesma área da SBM, o fretamento de embarcações. “Queremos ver se tem uma correlação de negócios nesta área”, diz Francischini, autor dos pedidos. Os dois requerimentos foram aprovados de forma simbólica, sem que a base aliada manifestassem resistência. Criada em março no meio da revolta contra o governo liderada pelo “blocão” - partidos da base insatisfeitos com o Palácio do Planalto -, a comissão externa tem uma composição que sinalizaria um equilíbrio entre governistas e oposicionistas, mas os aliados não tem feito força para barrar os intentos da oposição. Presentes na sessão de hoje, Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), Anthony Garotinho (PR-RJ) e Paulo Magalhães (PSD-BA) votaram a favor dos requerimentos. Único a defender o governo de forma direta na reunião anterior, o deputado Luiz Alberto (PT-BA) sequer apareceu na reunião de ontem. (As informações do Estadão)
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