quinta-feira, 25 de agosto de 2016

SENADO COMEÇA HOJE A JULGAR ÚLTIMA ETAPA DO IMPEACHMENT DE DILMA

A novela política que movimentou o Brasil nos últimos dez meses entra em sua reta final, hoje, quando o Senado inicia o último julgamento do processo de impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff (PT). A partir das 9h, caberá aos 81 parlamentares da Casa decidir se a petista perderá ou não o cargo pelos crimes de responsabilidade de que foi acusada.

De um lado, aliados de Michel Temer (PMDB) apostam em 61 votos para empossá-lo definitivamente na Presidência. Do outro, a tropa liderada pelo PT espera uma reviravolta capaz de reverter a derrota. No meio, o muro montado em frente ao Congresso para dividir manifestantes dos dois grupos. Mas até o veredito do Plenário, serão seis dias de suspense e disputa, com ingredientes típicos da crise: discursos inflamados, bate-boca, manobras, conchavos e, claro, eventuais traições.

Sob comando do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, o julgamento será dividido em capítulos. Na cena de abertura, ainda nas primeiras horas da manhã de hoje, os senadores terão cinco minutos para apresentar questões de ordem sobre a tramitação do processo. Os parlamentares contrários aos questionamentos poderão usar o mesmo tempo para se manifestar, antes que Lewandowski decida se acata ou rejeita os pedidos. Independente da resposta, ela não poderá ser objeto de recurso ao plenário. Encerrada essa etapa, começa a fase dedicada ao depoimento das oito testemunhas convocadas - seis de defesa e duas de acusação.

Pelo rito definido entre Lewandowski e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), as testemunhas vão depor individualmente. Cada parlamentar terá direito a três minutos para dirigir perguntas a elas, que devem responder às indagações pelo mesmo tempo, com espaço para réplica e tréplica em igual limite.

Já os responsáveis pela defesa e acusação podem interrogar cada testemunha por seis minutos, prazo também concedido para as respostas. Réplicas e tréplicas ficarão limitadas a quatro minutos. Como é esperada participação grande de senadores nos interrogatórios, fora intervalos a cada quatro horas de sessão, a previsão de Lewandowski é de que os depoimentos se estendam pelo fim de semana. No entanto, o presidente do STF quer concluir essa etapa até a madrugada do sábado.

Clímax - Um dos pontos altos do julgamento está marcado para a próxima segunda-feira. Nesse dia, Dilma sentará no banco dos réus no Senado. Entre os aliados da petista, há expectativa de que a presidente afastada mantenha o tom emocional em sua exposição de 30 minutos. A senha foi dada por ela, anteontem, durante ato organizado por apoiadores do PT em São Paulo. (As informações do G1)

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