A planilha de custos apresentada pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps) – que garante ter tido, pelo menos, um prejuízo em julho deste ano de R$ 11 milhões – foi questionada pelo secretário Municipal de Urbanismo e Transporte, José Carlos Aleluia. Em entrevista ao Bahia Notícias, o titular da pasta fez uma pergunta simples ao ser interpelado sobre os dados apresentados pelos empresários, em contraponto a planilha da prefeitura, que garante estabilidade financeira do sistema com a passagem fixada em R$ 2,80.
“Não considero plausível [as planilhas]. Um sistema com 18 empresas tendo um prejuízo desta ordem quebraria em três meses. Não temos tido notícias de falências. Você viu alguma empresa de ônibus falindo em Salvador recentemente?”, questionou o secretário. O sindicato patronal garante que tem operado com custos acima do sustentável e prejuízos mensais, sem a tarifa que alega ser necessária, de R$ 3,20. Os valores apresentados pela prefeitura e Setps (clique aqui para ver os dados da Semut e aqui para conferir os dados do Setps) não trazem os lucros obtidos pelo setor, mas Aleluia ressaltou que o empresários competentes sabem ganhar dinheiro.
“O bom empresário sabe reduzir os custos e o mal não. O bom empresário gera lucro e o ruim não. O valor de R$ 2,80 é o custo identificado pela prefeitura e definido como tarifa obrigatória. Para lucrar, basta reduzir os custos com uma frota melhor, percursos mais econômicos e eficiência no serviço. Não vamos embutir o lucro do setor no preço da tarifa. Tenho informações de que algumas empresas tem lucrado mais e outras menos”, disse.
Na licitação que será divulgada para consulta pública até o final de agosto, a intenção é fazer um choque de ordem no sistema de transporte público e cortar o número de empresas, atualmente 18. “Dividimos a cidade em três áreas e cada uma terá uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), com uma ou mais empresas. Serão formados grupos e é natural que parte das 18 se juntem, mas podemos ter grupos só com companhias de fora, por exemplo”, disse o secretário, que ainda lembrou a necessidade do futuro concorrente de estar com o nome limpo na praça. “Todas as empresas que participarem terão que apresentar documentos comprovando que estão com impostos quitados, sem débitos com a prefeitura e economicamente estabelecidas e viáveis. A vantagem da licitação para o sistema atual é de que serão grupos novos, sem passivos antigos”, completou. (As informações do Bahia Notícias)
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