O juiz Thomas Griesa, de Nova York, rejeitou nesta terça-feira (22) o pedido do governo argentino para suspender até o final do ano o pagamento de US$ 1,3 bilhão (mais juros) aos chamados fundos abutres – que compraram títulos da divida argentina a preços baixos, depois do calote de 2001, para depois entrar na justiça e cobrar a totalidade, sem desconto.
Griesa, responsável pela sentença favorável aos fundos abutres, convocou uma reunião entre as duas partes para amanhã (23), com o objetivo de chegar a um acordo antes do final do mês. Caso contrário, a Argentina corre o risco de decretar a segunda moratória da divida em treze anos.
Em comunicado divulgado pelo Ministério da Economia, o governo argentino acusou o juiz norte-americano de prejudicar os credores, que aderiram aos dois planos de reestruturação (2005 e 2010) e aceitaram receber o total devido com descontos de ate 65%. Eles representam 93% dos detentores de títulos da divida argentina e deveriam ter cobrado um vencimento de US$ 900 milhões no último dia 30 de junho. Mas o pagamento foi sustado por ordem de Griesa.
O juiz deu ganho de causa a dois fundos abutres (NML e Aurelius) e treze particulares, que abriram processo em Nova York para cobrar a totalidade da divida. A sentença obriga o governo argentino a pagar esse grupo (que representa 1% do total dos detentores de títulos da divida) antes ou ao mesmo tempo que os demais credores.
Apesar de a Argentina ter depositado o dinheiro para o vencimento da divida reestruturada, o Banco de Nova York só poderá realizar o pagamento depois de acertar as contas com os fundos abutres. Pelos cálculos do economista Guillermo Nielsen, que participou do processo de renegociação da divida argentina, com os juros, a divida chega a US$ 1,65 bilhão. (As informações da Agência Brasil)
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