quarta-feira, 30 de julho de 2014

PRESIDENTE DO SANTANDER ADMITE FUNCIONÁRIA QUE ESCREVEU COMUNICADO 'ANTI DILMA'

A pessoa responsável por escrever um comunicado aos clientes premium do banco Santander, alertando que uma possível reeleição da presidente Dilma Rousseff era uma ameaça à economia foi demitida. O presidente mundial do Santander, Emilio Botín, confirmou a informação na última terça-feira (29). "A pessoa foi demitida", disse ele, recusando-se a entrar em detalhes sobre o caso.

No dia 25 de julho, cerca de 40 mil clientes do segmento Select, com renda superior a R$ 10 mil, receberam um texto com o título "Você e Seu Dinheiro", em que afirmava que se caso os números das pesquisas de intenção de voto da presidente Dilma Rousseff subissem ou estabilizassem, o câmbio ficaria desvalorizado e a bolsa seria obrigada a reverter parte das altas recentes.

A postura da funcionária não repercutiu bem. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não escondeu a indignação com o conteúdo da mensagem e chegou a dizer que o responsável por redigir o documento enviado "não entende porra nenhuma de Brasil". Durante discurso na 14ª plenária da Central única dos Trabalhadores, Lula reforçou ainda que o Santander nunca lucrou em nenhum outro país como no Brasil e questionou como uma funcionária que escreve um texto com este teor conseguiu um cargo tão alto na empresa.

"Essa moça que falou (isso) não entende porra nenhuma de Brasil e de governo Dilma Rousseff. Manter uma mulher dessas em cargo de chefia é, sinceramente...Pode mandar embora e dar o bônus dela pra mim, que eu sei como é que eu falo", alfinetou.

Ao fazer uma breve análise sobre o mandato da companheira, o petista disse que o governo federal jamais jogará fora toda a confiança conquistada nos últimos anos, e criticou o mercado financeiro pelo fato de contar com "investidores que falam mal do governo federal para lucrarem". Segundo ele, essas pessoas "inventam mentiras contra outras pessoas".

Ainda chocado com as palavras contra Dilma, Lula reforçou que as eleições deste ano decidirão se as conquistas sociais dos últimos anos avançarão ou sofrerão retrocesso. Para ele, caso a petista seja derrotada nas urnas, o Brasil corre um grande risco, já que os adversários estão aptos apenas para governar "o andar de cima (ricos)". "Eu não imagino eles se reunindo com catadores de papel ou com trabalhadores rurais", criticou.

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