sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

CONCRETO COBRE COQUAIRAL DE PIATÃ

Aos poucos a vegetação da praia de Piatã está sendo substituída por cimento. Alguns coqueiros não resistiram à pressão das máquinas e caíram. No espaço, que tem de 10 a 12 mil metros quadrados, será construída uma área de convivência com restaurante, quiosques, praça, ciclovia e estacionamento. A intervenção faz parte da requalificação da Orla de Salvador, feita pela prefeitura, com investimento total de R$ 111,6 milhões.

Para o escritor Luiz Afonso Costa, o projeto desrespeita a vegetação local. Frequentador da região, ele aponta que o coqueiral, que considera o santuário da praia, está sendo invadido pelo concreto. "Será intenção dos projetistas do município conferirem padrão Miami aos nossos ecossistemas naturais?", questiona.

Uma das organizadoras da Lavagem de Itapuã, Leonice Gomes, 56, defende a opinião do escritor. "Itapuã e Piatã são bairros históricos, conhecidos pelas belezas naturais. na medida em que os coqueirais são cobertos com cimento, o paisagismo nativo é destruído" disse.

Segundo engenheiros da construtora BSM, responsável pela intervenção em Piatã, a praça, que ocupa uma área de 6 a 8 mil metros quadrados, suprimiu apenas parte da areia e gramado da praia, mas não ultrapassou o limite estabelecido pela prefeitura. Diante da reclamação dos moradores, a promotora e coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente e Urbanismo (Ceama), Cristina Graça, disse que vai solicitar informações à prefeitura.

"As restingas são protegidas pelo código florestal e pela legislação estadual como áreas de preservação permanente e devem permanecer protegidas", completou. (As informações do A Tarde)

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