segunda-feira, 22 de julho de 2013

JMJ: EXPOSIÇÃO NO RIO MOSTRA DETALHES DA SIMBOLOGIA DA CRUZ

Figura geométrica formada por duas linhas ou barras perpendiculares – dividindo uma das duas, ou ambas, ao meio –, a cruz habita o inconsciente coletivo da humanidade desde os seus primórdios. Por sua alusão ao martírio de Jesus, tornou-se o principal símbolo do Cristianismo. Na semana em que o Rio de Janeiro abriga a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), com a presença do papa Francisco, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) inaugura a exposição Crux, Crucis, Crucifixus – O Universo Simbólico da Cruz, que procura mostrar a história desse ícone, mostrando que ele transcende o aspecto religioso.

A mostra será aberta amanhã (23), às 19h, para convidados, e poderá ser visitada pelo público a partir do dia seguinte, às 9h. São cerca de 150 cruzes, santos, relicários e oratórios dos séculos 18 e 19, em diferentes estilos, técnicas, materiais e origens. Todo o acervo pertence ao Museu de Arte Sacra de São Paulo, um dos mais importantes do gênero no país.

De acordo com a historiadora Dalva de Abrantes, curadora da exposição, a mostra tem duas vertentes: uma histórica e outra estética. “A história do Brasil está desde o início marcada pela presença da cruz. O primeiro nome do país foi Ilha de Vera Cruz, e depois Terra de Santa Cruz. Só em 1527 é passamos a ter o nome de Brasil.”

“A primeira imagem que os índios viram, avistaram do mar, foi as velas das naus, que traziam estampadas umas cruzes vermelhas, da Ordem de Cristo, que praticamente financiou o empreendimento das descobertas. E o primeiro ato em terra foi a missa. Os índios não entenderam nada, mas viram a cruz latina, acompanhada de toda a liturgia católica”, ressalta a historiadora. (As informações da Agência Brasil)

Segundo ela, no processo de colonização portuguesa do Brasil, as cruzes continuaram no punhal das espadas, no peito das armaduras, nos brasões, estandartes, joias, monogramas bordados, livros e nas plantas dos edifícios.

Já na vertente estética, a mostra se destaca pelas características do acervo do Museu de Arte Sacra da capital paulista. “Diferentemente dos barrocos mineiro, nordestino e do Rio de Janeiro, mais luxuosos e pomposos, o de São Paulo é marcado pela simplicidade. O estado era muito pobre no século 18. Só entrou no circuito econômico do país a partir do final do século 19, com o desenvolvimento do café”, explica Dalva de Abrantes.

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