terça-feira, 6 de setembro de 2016

TRAFICANTE MORTO EM MEGAOPERAÇÃO USAVA ARMA EXCLUSIVA DE POLICIAIS FEDERAS

Para cada preso, uma média de 18 policiais. Foi assim, com um efetivo de 240 homens, que a Polícia Civil começou a desarticular a quadrilha que comandava o tráfico de drogas no bairro da Cidade Nova. A primeira baixa no grupo foi a do líder do bando, o traficante Othon Carlos de Aquino de Jesus, conhecido como Goiaba, 32 anos, que resistiu à prisão e acabou morto em Simões Filho, onde estava escondido num apartamento alugado.

Com Goiaba, a polícia encontrou uma pistola Ruger 9mm, de fabricação americana, 870 gramas de maconha, 29 pinos de cocaína e munição. Segundo informações de uma academia de tiro do estado, a pistola Ruger tem maior velocidade e precisão e é restrita ao uso de policiais federais e das Forças Armadas. O uso da pistola, que tem maior poder de perfuração, é proibido para policiais civis e militares pelo risco de atingir outras pessoas que não o alvo. “Com ela, é possível atingir duas ou três pessoas de uma vez”, disse um membro da academia.

No último final de semana, a Operação Max cumpriu 13 mandados de prisão e de busca e apreensão contra membros do grupo de Goiaba. Além de Salvador, os mandados foram cumpridos em Simões Filho, Mata de São João, Jiquiriçá e Salinas da Margarida. Segundo a polícia, alguns dos traficantes presos se escondiam em cidades da Região Metropolitana para não chamar a atenção da polícia.

Segundo o coordenador da 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS), o delegado Jamal Amad, que também participou da operação, Goiaba era o mentor e líder do grupo que responde pelo aumento no índice de crimes violentos nos bairros de Cidade Nova, Pau Miúdo, IAPI e Liberdade.Pelo menos 20 homicídios ocorridos nos últimos três anos são atribuídos à disputa por pontos de tráfico na região e nove são imputados ao grupo de Goiaba.

Os outros 11 homicídios, também provocados pelas disputas por tráfico de drogas na região, continuam sendo investigados. Todos os presos serão ouvidos ainda esta semana, segundo a delegada Pilly Dantas, também da 3ª DH. “Ele era muito violento e era quem ensejava a prática de vários homicídios. Partiam dele as ordens para as ações mais violentas. Ele reagiu à prisão, foi baleado e morreu em confronto”, disse o delegado Jamal. Ainda segundo ele, a quadrilha era bem estabelecida no bairro e vinha, nos últimos dois meses, tentando expandir o território, principalmente após a morte de outra liderança, o traficante conhecido como Periquito, há cerca de três meses.

Prisões - Para deflagrar a Operação Max, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) pediu à Justiça as prisões temporárias. Após parecer favorável do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), do Ministério Público Estadual, a Justiça decretou 23 mandados de prisão, seis ordens de busca coercitiva e 36 mandados de busca e apreensão.

“O objetivo era desarticular uma organização criminosa sediada na Cidade Nova, mas com reflexo e atividade em diversos bairros vizinhos, a exemplo do Pau Miúdo, IAPI e Liberdade. São organizações identificadas como muito violentas e que elevam os índices de crimes violentos nos bairros onde atuam”, afirmou o diretor do DHPP, delegado José Bezerra Junior.

Segundo ele, o grupo estava em guerra após um racha interno provocado pela morte de Periquito e vinha planejando o extermínio de integrantes de quadrilhas rivais. O delegado não disse a que facções pertencem os integrantes do grupo de Goiaba ou os rivais para não atrapalhar as investigações. A polícia permanece no bairro para cumprimento de outros dez mandados de prisão, além de outros mandados de busca e apreensão.

Os 13 mandados cumpridos foram contra Natanael Silva Lima, 32 anos; Alberto Freitas dos Santos Junior, o Galego ou Big, 43; Géssica Santana de Souza, 25; Alessandro Pereira Silva, o Malhado, 26; Lucas Oliveira Gomes dos Santos, 20; Arnaldo Neves Barbuda Junior, 39.

Presos em flagrante, com eles foram encontradas armas e drogas, além de munição e balanças de precisão. Também foram presos Jair Souza de Jesus Junior, 33; Paulo Julio de Almeida Neto, o Netinho, 33; a esposa dele, Carla Leal Santos, 25; Leandro dos Santos Reis, o Léo, 28; Herbert de Jesus Santos, o Lacraia ou Papão, 25; Rodrigo Vitório dos Santos, o Digão, 24; e Gilvanci Souza Reis, 27, que já se encontrava preso e recebeu mais um mandado de prisão.

Ele é casado com Géssica Santana de Souza. Além das prisões, a polícia apreendeu seis armas - quatro pistolas e dois revólveres -, cocaína, maconha, crack, carregadores e munições. (As informações do Correio)

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