O advogado do empresário Marcos Valério vai defender durante o julgamento do mensalão, que começa nesta quinta-feira (2) no Supremo Tribunal Federal (STF), que não há provas contra seu cliente e que o suposto esquema de compra de apoio político durante o primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva não existiu.
Valério é apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como operador do mensalão e será julgado ao lado de outros 37 réus sete anos depois da primeira acusação sobre o esquema.
O empresário é acusado pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa, lavagem ou ocultação de dinheiro, evasão de divisas e peculato. Valério era sócio nas agências de publicidade DNA Propaganda e SMP&B Comunicação, que tinham contas do governo federal. Segundo a Procuradoria, ele criou um esquema que financiou o PT e partidos aliados por meio de recursos desviados, obtidos em contratos firmados com o Banco do Brasil e a Câmara dos Deputados. Empréstimos fraudulentos dos bancos Rural e BMG teriam disfarçado a origem do dinheiro.
O advogado Marcelo Leonardo afirmou, em entrevista ao UOL, que sustentará no julgamento a tese de que os empréstimos feitos pelas empresas existiram e foram realizados para saldar dívidas de campanha eleitoral de partidos da base aliada. Os repasses, ainda segundo o defensor, foram sempre indicados por Delúbio Soares, ex-tesoureiro nacional do PT – que foi expulso do partido após o escândalo.
Outra argumentação a ser usada por Leonardo é a de que não houve uso de dinheiro público nos pagamentos. O advogado também alegará que somente as provas colhidas em juízo seriam válidas contra Valério. As conclusões da CPI que investigou o suposto esquema e as da Polícia Federal não poderiam ser usadas contra seu cliente. O advogado vai pedir a absolvição por falta de provas. (As informações do UOL)
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