Há indícios de que a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) espionou o então cardeal Jorge Mario Bergoglio, antes de sua eleição para comandar a Igreja Católica, além do próprio papa Bento XVI e de cardeais brasileiros, segundo a revista italiana Panorama.
Com os grampos no Vaticano, até mesmo durante o conclave deste ano, Washington buscaria vantagens diplomáticas e segredos financeiros. A Casa Branca assegurou nesta quarta-feira que a informação é falsa. A reportagem, que será publicada na íntegra amanhã, usa dados fornecidos pelo ex-agente norte-americano Edward Snowden e afirma também que 46 milhões de ligações telefônicas teriam sido monitoradas na Itália.
O primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, convocou para amanhã uma reunião de emergência para discutir o caso. As notícias de espionagem norte-americana na Itália e no Vaticano põem ainda mais pressão sobre o governo dos EUA. Usando documentos de Snowden, a imprensa europeia tem noticiado como a NSA roubou informações de milhões de alemães, franceses e espanhóis, além de autoridades como a chanceler alemã, Angela Merkel. Um alvo das escutas seria o Vaticano, enclave soberano dentro da cidade de Roma.
Segundo a revista, os norte-americanos passaram a operar um sofisticado mecanismo para monitorar as conversas de Bento XVI, antes de ele renunciar. Telefonemas do cardeal argentino Bergoglio, hoje papa Francisco, também teriam sido alvo de escutas dos EUA antes e durante o conclave.
A Igreja Católica não quis comentar as revelações da revista italiana. “De qualquer forma, não nos preocupamos com isso”, declarou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi. Segundo a Panorama, um dos alvos prioritários da espionagem norte-americana foi a residência Domus Internationales Paulo VI, justamente onde Bergoglio estava hospedado nos dias que antecederam ao conclave. A Casa Santa Marta, que abrigou os cardeais ao longo do ritual para escolha do pontífice, supostamente foi outro alvo dos grampos da NSA. (As informações do Estadão)
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