sábado, 22 de junho de 2013

PROTESTOS MOSTRAM QUE TÉCNICAS POLICIAIS ESTÃO ULTRAPASSADAS

Os protestos das últimas duas semanas evidenciaram que Polícia Militar precisa repensar as estratégias para lidar com distúrbios civis. As técnicas policiais para ao mesmo tempo garantir a ordem e preservar a integridade física dos manifestantes se mostraram ultrapassadas e pouco eficientes para lidar com as ações ocorridas nas duas últimas semanas. A opinião é de coronéis ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo.

“Se você olhar as imagens das ações da PM hoje e compará-las às de 1968 verá que pouca coisa mudou na forma de agir. Muita coisa mudou no mundo, inclusive a forma de protestos. Vimos isso na Primavera Árabe e no Occupy Wall Street. As técnicas da PM devem se atualizar para garantir a segurança pública sem o viés autoritário de antigamente”, afirma o tenente-coronel da reserva Adilson Paes de Souza, mestre em Direitos Humanos pela Faculdade de Direito da USP.

A avaliação de coronéis da ativa ouvidos pelo Grupo Estado é de que os erros da PM em São Paulo foram fundamentais para ampliar a dimensão das passeatas. O primeiro equívoco foi de planejamento das operações. Na terceira passeata, a demora em usar a Tropa de Choque e o subdimensionamento da operação expuseram policiais a riscos. Imagens de PMs quase linchados repercutiram e atingiram o ânimo das tropas.

Os consequentes excessos da Tropa de Choque na passeata seguinte foram considerados o combustível para que multidões fossem às ruas na segunda-feira, 17. Alguns oficiais ainda não entendem como a Tropa de Choque, treinada para enfrentar provocações, cometeu equívocos tão graves, como disparar balas de borracha em direção à cabeça dos manifestantes. As normas determinam que as balas atinjam áreas não vitais. Outro erro foi a falta de inteligência. PMs não conheciam o movimento, seus integrantes mais moderados e radicais. (As informações do Estadão)

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