terça-feira, 18 de junho de 2013

VOLUNTÁRIOS DA COPA RECLAMAM DE TRATAMENTO DESIGUAL

O estudante Roberto Santos Júnior, 19 anos, tem uma semana que não vê a própria mãe. A professora Karlla Miranda da Costa, 31, desembolsou mais de R$ 1 mil em passagens de ônibus. O jornalista pós-graduado Diogo Vasconcelos, 27, vai passar 12 horas em pé apenas apontando o portão de saída. A guia turística Gisliane Lopes da Silva, 32, vai levar as mesmas 12 horas proferindo sempre a mesma frase: “Seja bem-vindo, a entrada é por ali”.

Como se vê, essas pessoas têm algo em comum: elas se sacrificam. A questão é: Pelo que? Aí entra o outro aspecto em comum. Todas vão ter o mesmo ganho, a mesma vantagem: nenhuma. Pelo menos não financeira. Lucro? Zero. Os voluntários da Copa das Confederações estão prontos para doar o seu tempo e sua disposição. No total, em Salvador, serão cerca de 1,5 mil.

Mas, no país das desigualdades, existe uma polêmica divisão entre eles. É que há dois tipos de voluntários no evento. Os voluntários do Comitê Organizador Local (Col), com supervisão da Fifa, e os voluntários do programa Brasil Voluntário (BV), do Ministério dos Esportes. Digamos que os primeiros são a Série A do voluntariado. Os demais, por sua vez, foram claramente relegados à segunda divisão.

Os voluntários do BV, mais de 570, reclamam de desorganização. Do uniforme que vão receber hoje à alimentação, se consideram desprestigiados. “Basta olhar para os da Fifa, vestidos pela Adidas. Nos prometeram casaco e tênis e vamos receber apenas uma camisa simples com uma sacolinha e um boné”, diz o jornalista Diogo Valadares.

A bronca vai além da roupa. Pós-graduado, Diogo diz que nada do que foi questionado na hora do cadastro foi levado em conta. “Perguntaram em que área eu gostaria de atuar. Disse que queria trabalhar com mídia. Aí me botam para dispersar o torcedor”, afirma. (As informações do Correio)

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