segunda-feira, 21 de outubro de 2013

MISSÕES NO EXTERIOR TÊM 'FARRA DE CARGOS'

O Itamaraty tem hoje mais de 300 porteiros, vigilantes, datilógrafos e motoristas de fora dos quadros do Serviço Exterior Brasileiro (SEB), trabalhando em missões como Washington, Paris e Lisboa. Uma exceção prevista na lei que rege o serviço virou regra. Todos recebem pagamento em dólar, verba indenizatória, auxílio-mudança e pagamento de aluguel para exercer funções que poderiam estar nas mãos de funcionários contratados localmente, com custos menores para a União.

Levantamento ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso mostra pelo menos 349 servidores de fora do quadro do Serviço Exterior Brasileiro (SEB), que pertencem ao chamado Plano de Classificação de Cargos (PCC), atuando em 228 postos, incluindo embaixadas, consulados e vice-consulados. Os salários mais baixos pagos a esses servidores no exterior estão em torno de US$ 4,5 mil, com verbas indenizatórias em torno de US$ 2 mil. Os mais altos podem chegar a mais de US$ 9 mil, com verbas indenizatórias de US$ 3 mil.

Em uma conta conservadora, pode-se dizer que esses servidores custam à União cerca de US$ 2,2 milhões por mês, sem contar os aluguéis, também bancados pelo Erário. Em um caso, em Luanda (Angola) - onde os imóveis são reconhecidamente caros - só um funcionário gerou uma despesa de US$ 132 mil entre junho de 2012 e julho de 2012. Ao ano, as despesas com o pessoal alcançam no mínimo R$ 57 milhões.

Os salários são semelhantes aos pagos aos oficiais e assistentes de chancelaria - os primeiros de nível superior, os segundos, técnicos - contratados por concurso e que fazem parte do SEB, mas que não existem hoje em número suficiente para suprir todas as vagas existentes.

No entanto, os servidores PCC custam muito mais do que trabalhadores locais.
Um auxiliar de apoio - que pode ser um telefonista, recepcionista ou um motorista - recebe, se for contratado local, cerca de US$ 1,9 mil nos Estados Unidos. Um auxiliar administrativo, que desempenha algumas funções consulares, como tratar de vistos, US$ 2,2 mil. O salário mais alto é o de assistentes administrativos, que recebem US$ 3 mil, segundo informações obtidas pelo Estado nas representações diplomáticas . Também não há verba indenizatória ou pagamento de aluguel. (As informações da Agência Estado)

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