Se os deputados federais recebessem o salário de acordo com a produção e os dias trabalhados efetivamente – como acontece em muitas profissões –, eles só ganhariam a metade dos R$ 364,7 mil anuais a que cada um têm direito – sem incluir na conta os inúmeros benefícios.
Levantamento feito pelo jornal o Estado de Minas aponta que o plenário da Câmara ficou vazio durante seis meses entre 18 de outubro de 2012 e a sexta-feira passada, considerando o recesso de dois meses e os dias em que deveriam haver sessões que não ocorreram. Nos últimos 12 meses, dos 129 dias destinados a votações, foram apreciadas matérias em apenas 83, considerando as datas nas quais, ao menos na teoria, seriam realizadas sessões deliberativas, ordinárias ou extraordinárias, para a apreciação de projetos.
Dessa maneira, 972 propostas continuam emperradas e aguardam para entrar em pauta. Por mês, os deputados deveriam participar, em média, de 12 sessões deliberativas. No entanto, nos últimos 12 meses, 46 dias de votação não foram aproveitados. Isso corresponde a quase quatro meses em que os parlamentares deixaram de apreciar proposições no plenário (somados aos dois recessos, chega-se a um semestre de inatividade).
O problema é agravado pela curta semana dos deputados – oficialmente, as votações ocorrem apenas entre as terças e as quintas-feiras. Para o diretor da ONG Transparência Brasil, Claudio Abramo, o argumento de que no restante do tempo os deputados trabalham nas bases não se sustenta. "Eles voltam para casa é para fazer campanha, vivem por conta de se reelegerem", criticou, acrescentando que a tendência de baixa produtividade deve aumentar em 2014.
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