Se o governador Jaques Wagner (PT) tirar um foto em visita à Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) uma coisa é certa: o presidente da Casa, Marcelo Nilo (PDT), estará presente em pelo menos um dos registros. Durante a abertura do ano legislativo de 2014 (ver aqui, aqui e aqui), o chefe do Executivo baiano brincou com a “coincidência” no fato de sempre que participou da sessão solene a cadeira central da Mesa Diretora e o comando formal do evento ser do pedetista.
“Antes de começar, tenho que dizer uma coisa. Sempre coincide que na abertura dos trabalhos você, Nilo, está na Presidência. É algo inédito, mas muito agradável pela relação de parceria e amizade que construímos. Mas, acima de tudo, pelo respeito”, brincou Wagner, que provocou risos dos presentes. Logo depois do discurso do petista, Nilo se disse “privilegiado” por ser o presidente da AL-BA pelo “oitavo ano consecutivo”, pouco antes de rasgar elogios ao modelo “republicano” de Wagner na relação com a Casa. “As diferenças políticas e ideológicas não turvam nossas decisões. [Entre 2007 e 2014] a Bahia enxergou um novo momento político e econômico”, destacou o deputado.
Resta saber se o comando da AL-BA será o mesmo na próxima sessão solene, já que, se for descartado da posição de candidato a vice-governador na chapa do chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), Nilo pode continuar na Assembleia, possivelmente no maior gabinete da Casa. Brincadeiras à parte, Wagner também deixou um recado político para os membros da base governista, que se encaixa muito bem na atual disputa entre PP e PDT, com o PCdoB correndo por fora para ter uma caneta, com ou sem tinta.
Segundo o chefe do Executivo, os sete anos à frente do governo possibilitaram que ele construísse “um grupo político que, dentro, sabe do direito ao contraditório”. “Às vezes com ciúmes [de alguns], que imaginavam que a forma antiga tinha apenas mudado de mãos”, completou o governador, que se disse “humilde”, mas garantiu que o atual governo “esbanja democracia”.
Quando passou a falar diretamente para os deputados, o petista chamou os políticos de “maltratados na tentativa de generalizar” a classe. “Os senhores deputados e eu exercemos a atividade mais nobre que existe, a política”, conjecturou o governador, baseado no argumento de que cabe aos citados decidirem sobre “todos os temas”, como saúde, educação e outros. Se o trabalho engrandece o homem, o governador disparou contra quem prefere engordar a conta bancária.
“O mal maior da civilização é a subversão, onde valores da vida sucumbem pela questão patrimonial. Matam e morrem pelo dinheiro no bolso”, criticou o governador/pregador, que satirizou com o fato de gostar da oratória, mesmo não sendo “rabino, pastor ou padre”. O lado filósofo já gerou até uma sugestão – irônica – do vice-governador, Otto Alencar (PSD), de que o superior poderia até fundar uma igreja. (As informações do BN)
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